Como a microbiota influencia o cérebro?

O eixo intestino-cérebro define um sistema de comunicação bidirecional que conecta o trato gastrointestinal ao Sistema Nervoso Central (SNC) por múltiplas vias envolvendo células neurais, endócrinas e imunológicas. O eixo intestino-cérebro permite que o SNC regule as funções gastrointestinais, incluindo motilidade e secreção, e o aparelho digestório sinalize sensações como fome, dor ou desconforto ao SNC.

A microbiota intestinal possui muitas funções, como: (1) produz enzimas e melhora a digestão dos alimentos, (2) sintetiza vitaminas, (3) fermenta fibras e produz ácidos graxos de cadeia curta, (4) defende o corpo contra microorganismos patogênicos.

A ação da microbiota não está unicamente no intestino, influenciando a saúde de todo o corpo, incluindo o cérebro. Novas funções complexas emocionais (humor afetivo), cognitivas (formação de memória) e comportamentais (ingestão alimentar) estão começando a ser descobertas e as bactérias poderiam desempenhar um papel neste cenário. Como isto acontece ainda não é completamente compreendido, mas já temos alguma ideia.

Várias moléculas neuroativas (por exemplo, catecolaminas, histamina, serotonina, GABA, glutamato) permitem a comunicação entre os microorganismos que habitam o intestino e o corpo humano. Os organismos vivos trocam informações através de sistemas baseados em interações sinal-receptor.

Os neuroquímicos e seus receptores relacionados encontrados nos seres humanos, também estão pressentes em outros animais, em microorganismos e até plantas. Por exemplo, a família das catecolaminas, hormônios neuroendócrinos relacionados ao estresse foi demonstrada em peixes, insetos, plantas e bactérias.

A neuroendocrinologia microbiana é um ramo da microbiologia que surgiu recentemente e se refere à comunicação bidirecional que existe entre a microbiota comensal ou parasita e o hospedeiro. As bactérias ajudam a controlar o nível de neurotransmissores através de receptores Toll-like (TLRs), proteínas de choque térmico e diretamente por meio de neuroquímicos.

Por exemplo, a microbiota intestinal pode controlar o metabolismo do triptofano do hospedeiro, aumentando a fração de triptofano disponível para a rota da quinurenina e diminuindo a quantidade disponível para a síntese de 5-HT (serotonina). As deficiências observadas no sistema serotoninérgico dos idosos poderiam ser devidas a modificações quantitativas e qualitativas da microbiota intestinal durante o envelhecimento.

A observação de comorbidades psiquiátricas e transtornos do neurodesenvolvimento em vários distúrbios intestinais inflamatórios crônicos tem sido interpretada por alguns pesquisadores como mais uma evidência da influência da microbiota intestinal no SNC. Como exemplo, a microbiota intestinal alterada foi observada em indivíduos no espectro do autismo e diagnosticados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

O sistema nervoso entérico (SNE)

A influência recíproca entre o trato gastrointestinal e o SNC é sustentada pelo sistema nervoso entérico (SNE), considerado o terceiro ramo do sistema nervoso autônomo. O SNE consiste em cerca de 200– 600 milhões de neurônios, gerando uma complexidade intestinal semelhante à do cérebro.

O SNE faz interface com o tecido linfóide associado ao intestino (GALT), que contém mais de dois terços das células imunológicas do corpo, e com milhares de células enteroendócrinas (CEE), que contêm mais de 20 hormônios identificados. Além disso, o trato digestório é inervado diretamente pelo SNC através de nervos aferentes espinhais e vagais.

Assim, as comunicações intestino-cérebro podem ocorrer através de três vias principais: (i) percepção direta de estímulos por neurônios aferentes primários (pertencentes ao SNE ou ao SNC); (ii) conexões mediadas pelo sistema imunológico; (iii) conexões mediadas pelas células neuroendócrinas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

SUPLEMENTOS PARA DOR NEUROPÁTICA

A dor neuropática é um tipo de dor crônica que ocorre quando os nervos sensitivos do Sistema Nervoso Central e/ou periférico ou suas raízes são feridos ou danificados. Ocorre em cerca de 10% da população e pode ser incapacitante, causando diferentes sensações de dor.

A melhor forma de saber se uma dor é de origem neuropática ou de outra origem é com um bom exame neurológico clínico completo. Para as dores neuropáticas pense na modulação de sistema endocanabinoide. Além do CBD (prescrito por neurologista) existem opções como PEA e o suplemento rephyll, que podem ser prescritos por nutricionista. O rephyll é um suplemento que contém o beta-cariofileno isolado e concentrado, possuindo uma excelente afinidade pelo receptor CB2.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Suplementos para foco

Vai passar o dia estudando ou fazendo uma prova. Alguns suplementos podem ajudar, como creatina pela manhã e Brahmi. Após algumas horas de prova pode misturar ribose, com fostatidilserina, B6, magnésio e colina e tomar com água.

Claro, nos dias que antecedem a prova é importante dormir bem e consumir durante o dia alimentos contendo o aminoácido tirosina (leite e derivados, ovos, peixes, carne bovina, oleaginosas, abacate, leguminosas como lentilha e feijão, cereais como centeio e cevada) além de carboidratos complexos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/