A alimentação das crianças

Tenho ido a muitas festas infantis e a nota para a animação é dez, mas a do cardápio próxima a zero. Salgadinhos, pizza, cachorro-quente, algodão doce, doces e bolo. Alimentação nada nutritiva, deseducativa e totalmente fora do que é preconizado para crianças pequenas e para a prevenção de enfermidades em todas as outras faixas etárias. Não me entenda mal, também adoro brigadeiro, mas o que se observa é que este padrão inadequado se repete também durante a semana em muitas casas.

No consultório, mães e avós reclamam que as crianças tem um paladar limitado. Às vezes acontece. Mas em grande parte dos casos os adultos insistem em uma dieta sem graça e depois não conseguem contornar o problema. Outro dia em um churrasco havia uma linda menina de 7 anos que ia e vinha à mesa, pegava uma alface e saia comendo. Será que foi educada de forma diferente? É o que acredito. As crianças não estão proibidas de comer doce ou pizza, mas estes alimentos são como um tempero, que deve ser oferecido em pequenas quantidades e sem interferir nos hábitos saudáveis. Muitas crianças não comem frutas e verduras simplesmente porque os mesmos não são oferecidos com a regularidade desejada.

A falta de estímulos ou exemplos em casa é que leva ao hábito monótono dos pequenos. Tudo bem, muitas crianças realmente não gostam de determinados alimentos, mas não deixe de oferecê-los. Bebês em geral estão se alimentando muito melhor no segundo ano de vida, contanto que seus pais ou cuidadores não tenham desistido, continuando a oferecer repetidamente uma variedade de alimentos. Ninguém nega que não é fácil ou que não seja cansativo mas vale a pena pois crianças bem nutridas adoecem bem menos, tem um ótimo desenvolvimento e passam a comer a mesma alimentação de seus pais rapidamente. Quando maiorzinhos uma infinidade de alimentos podem ser oferecidos em casa e nas escolas como alternativas aos industrializados tão comuns nas lancheiras:

  1. Sanduíche com guacamole, pasta de amendoim, pasta de grão de bico (homus);

  2. Pipoca (quase toda criança gosta, é rica em fibras e feita em casa, em geral tem menos sal e óleo do que as versões para microondas);

  3. Castanhas. São fácies de carregar e são fonte de proteína e gorduras de ótima qualidade, especialmente para crianças bastante ativas;

  4. Vegetais crus. Corte cenouras, pepino, tomate e outros vegetais e coloque sobre a mesa para serem consumidas enquanto se espera o almoço ou jantar;

  5. Pêssego, banana, maçã, pêra, goiaba, morango, tangerina: frutas fáceis de carregar e geralmente bem aceitas pelos pequenos;

  6. Frutas secas também são boas opções. Podem ser consumidas puras ou misturadas às castanhas, ao iogurte, às frutas frescas...;

  7. Salada de frutas: uma forma de introduzir frutas novas ou menos aceitas, misturadas às já conhecidas e apreciadas'

  8. Quinoa do arco-íris - http://wp.me/pbQmd-16z;

  9. Queijo cortado em cubinhos;

  10. Ovo cozido;

  11. Batata doce assada;

  12. Biscoitinhos de aveia

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Índice glicêmico

O índice glicêmico (IG) é uma das formas de classificação dos carboidratos, em uma escala de 0 a 100 de acordo com a velocidade com que os mesmos conseguem aumentar os níveis de glicose sanguínea após uma refeição. Os alimentos com um elevado IG são aqueles que são rapidamente digeridos e absorvidos, resultando em flutuações rápidas nos níveis de açúcar no sangue. Alimentos com IG baixo, em virtude de sua lenta digestão e absorção, produzem aumentos graduais de açúcar e insulina plasmáticos, beneficiando a saúde.

Dietas com baixo índice glicêmico têm sido recomendadas para melhorar não só a glicemia mas também as taxas de gordura plasmáticas, principalmente em indivíduos com resistência à insulina, diabéticos, cardiopatas e pessoas que precisam controlar o peso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO) recomendam que a alimentação inclua uma variedade de alimentos com baixo IG, a fim de prevenir as doenças mais comuns nos países industrializados, justamente as  coronarianas, diabetes e obesidade. Eu gosto muito deste tipo de abordagem mas confesso que não sou muito criativa na cozinha, por isso vivo pesquisando receitas com o índice glicêmico mais baixo.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Plantas medicinais combatem os efeitos indesejáveis da menopausa

Plantas com fito-hormônios, substâncias obtidas das plantas com propriedades semelhantes aos hormônios naturalmente produzidos pelo organismo, vem sendo foco de estudos em todo o mundo, desde a década de 1920, quando  as isoflavonas da soja foram identificadas.

Além da soja as isoflavonas estão presentes na  Cimicifuga racemosa ou Black cohosh (foto), agindo de forma a reduzir os níveis do hormônio luteinizante, o LH, responsável por sintomas como as ondas de calor,  ansiedade, cefaléia, vertigens e distúrbios do sono. É contraindicada para pacientes com história de tumor endometrial, durante a gravidez, na amamentação e para alérgicos ao ácido acetilsalicílico (Aspirina).

A angélica sinensis, também conhecida como ginseng feminino e Dong-Quai, é uma raiz com atividade predominantemente prostagênica, diminuindo a expressão de citocinas pró-inflamatórias. Como tem efeito antiespasmódico também é utilizada por mulheres em idade fértil para minimizar as cólicas menstruais. Não deve ser utilizada por gestantes. Aumenta a sensibilidade ao sol, por isto a proteção com filtro solar é importante visto que alguns estudos mostram aumento à susceptibilidade a câncer de pele com o uso prolongado.

Yam mexicano (Dioscorea villosa): seu principal composto ativo, a diosgenina, possui ação estimulante da progesterona, hormônio da gravidez e da segunda metade do ciclo menstrual. Estimula os receptores hormonais, mimetiza os efeitos decorrentes da queda do hormônio estrogênio, possui atividade antiinflamatória e antiespasmódica. Também é utilizado em pequenas doses para a redução de náuseas durante a gravidez, porém em virtude do pequeno número de estudos com gestantes, prefiro indicar o gengibre para o tratamento deste problema.

Red clover (Trifolium pratense): também conhecido como trevo vermelho, diminui o risco de câncer de mama e estimula melhor equilíbrio hormonal. Liga-se também a receptores de estrogênio nos ossos e sistema vascular, diminuindo o risco de osteoporose e infartos. A genisteina presente no trevo vermelho também bloqueia a enzima aromatase, responsável pela conversão de testosterona em estrogênio. O bloqueio desta enzima aumenta os níveis de testosterona, responsável pela libido. O aumento da testosterona e a diminuição dos níveis de estradiol também melhoram o humor, contribuem para maior disposição, aumentam a produção de massa magra e diminuem a gordura subcutânea, efeito neste caso similar ao do tribulus terrestris.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/