Os polifenóis são um grupo de fitoquímicos de ocorrência natural que estão presentes em grandes quantidades em frutas e verduras. Contém aneis aromáticos capazes de interagir com moléculas do corpo, exercendo efeitos benéficos na saúde humana.
A apigenina é uma flavona encontrada em maior quantidade na salsa, no aipo (especialmente suas sementes), no espinafre, no orégano e no chá de camomila. Diversos estudos demonstram que a apigenina apresenta uma variedade de efeitos biológicos (principalmente anti-inflamatório, anticâncer e antioxidante), associados à redução do risco de desenvolvimento de doenças crônicas.
A hesperidina é um bioflavonóide, um tipo de pigmento vegetal com efeitos antioxidantes e antiinflamatórios encontrado principalmente na hortelã e em frutas cítricas. Laranjas, toranjas, limão e tangerinas contêm hesperidina, que também está disponível na forma de suplemento.
A naringenina é um polifenol da classe dos flavonóides, encontrada principalmente no alecrim e em frutas cítricas. Apresenta benefícios à saúde que são comuns aos polifenóis, tais como capacidade antioxidante, reduzindo os radicais livres no plasma e nas células, além do efeito anti-inflamatório, através da inibição de NF-kB. Por esta razão, a naringenina ajuda a regular diferentes vias de sinalização envolvidas na patogênese da obesidade e síndrome metabólica, de forma a auxiliar na perda de peso e reduzir variáveis lipídicas, especialmente o colesterol LDL. A naringenina também preserva a saúde cardiovascular e a função mitocondrial, bem como apresenta atividade hepatoprotetora (proteção do fígado).
O ácido elágico é um composto fenólico pertencente ao grupo dos taninos hidrolisáveis, encontrado principalmente em frutas vermelhas como romã, amora, framboesa e outras espécies botânicas como Rhus chinensis. Dentre os principais efeitos biológicos citados em literatura, destaca-se o fortalecimento do sistema imune (atividade antiviral, antibacteriana e antiproliferativa em células carcinogênicas), ação antioxidante e hepatoprotetora.
Polifenóis e a saúde do cérebro
As ações neuroprotetoras dos polifenóis dietéticos envolvem uma série de efeitos dentro do cérebro, incluindo um potencial para proteger os neurônios contra lesões induzidas por neurotoxinas, uma capacidade de suprimir a neuroinflamação e o potencial de promover a memória, o aprendizado e a função cognitiva. Enquanto muitos dos mecanismos que sustentam seus efeitos benéficos ainda precisam ser elucidados, tornou-se claro que eles atuam, em parte, pelos seguintes mecanismos (Vauzour, 2012):
diminuição do estresse oxidativo e inflamatório no sistema nervoso;
efeitos hormonais protetores de neurônios;
regulação do potencial redox de células-alvo;
modulação de fatores de transcrição que resultam na ativação de genes do metabolismo da fase I e da fase II da eliminação de toxinas
Em vista de suas múltiplas atividades biológicas, o consumo de alimentos ricos em polifenóis ao longo da vida tem o potencial de limitar a neurodegeneração e prevenir ou reverter deteriorações dependentes da idade no desempenho cognitivo.
ERVAS DESIDRATADAS SÃO RICAS EM POLIFENÓIS
A tabela abaixo mostra algumas ervas e especiarias e seus teores de polifenois (mg GAE/ 100 g). Observe que as ervas secas concentram os compostos fenólicos e suas propriedades benéficas à saúde (Bower, Marquez, & Mejia, 2016).
Conheça mais sobre soja, tomate, berinjela, brócolis, mel, açafrão, chá verde, maçã, mirtilo, açaí, dentre tantos outros alimentos em meu curso online. Nele, conversaremos também sobre nutrientes e não nutrientes que podem ser destacados nos rótulos dos alimentos por seu potencial benefício à saúde, incluindo ácidos graxos, carotenóides, fibras e probióticos.