A figura abaixo é uma linha do tempo (1950–2020+) dos principais desenvolvimentos tecnológicos e marcos históricos em diferentes áreas ômicas, organizados em faixas horizontais:
🔬 Genômica (faixa azul)
1953: descoberta da dupla hélice do DNA.
Décadas de 1960–1970: deciframento do código genético, surgimento do sequenciamento de Sanger e do PCR.
1990–2003: Projeto Genoma Humano (início → conclusão).
2005 em diante: evolução do NGS (next-generation sequencing), seguida por tecnologias de sequenciamento de molécula única em tempo real (SMRT) e Nanopore, culminando em sequenciamento completo (T2T – telomere-to-telomere).
🧬 Epigenômica (faixa lilás claro)
Décadas de 1960–1980: descobertas das principais modificações em histonas (acetilação, fosforilação, ubiquitilação) e da metilação do DNA.
Anos 2000: surgimento de métodos para estudar modificações epigenéticas — bisulfito-seq, ChIP-chip/ChIP-seq, DNase-seq, RRBS.
Anos 2010+: técnicas avançadas como ATAC-seq, Hi-C, MethylC-seq, permitindo mapeamento do epigenoma em larga escala.
📜 Transcriptômica (faixa rosa)
1990s: SAGE-technology, microarrays e desenvolvimento de bibliotecas de cDNA.
Anos 2000: evolução para RNA-seq com NGS → análise global da expressão gênica.
Mais recentemente: spatial transcriptomics e scRNA-seq (single-cell RNA-seq), permitindo resolução espacial e celular da expressão.
🧩 Proteômica (faixa vermelha)
1960s–70s: métodos pioneiros como sequenciamento de Edman e 2-DE (dupla eletroforese em gel).
Década de 1990: técnicas como ESI-MS, MALDI-ToF, microarrays proteicos.
2000s: métodos quantitativos robustos (iTRAQ, SILAC, SWATH-MS, TMT) e grandes iniciativas como o Projeto Proteoma Humano.
Avanços recentes: proteômica de alta resolução em 4D, multiplexação (10-plex, 18-plex TMT).
⚗️ Metabolômica (faixa laranja)
1960–80s: início com GC-MS e LC-MS.
1990s: consolidação com MS do metaboloma e espectrometria de mobilidade iônica.
2000s em diante: metabolômica não direcionada e Projeto Metaboloma Humano.
🧪 Lipidômica (faixa verde claro)
1980s–1990s: HPLC e início da espectrometria de massas aplicada a lipídios.
2000s: consolidação com ESI-MS, MALDI-MS, LC-MS/MS, projetos de mapeamento como o LIPID MAPS.
Anos 2010+: lipidômica baseada em mobilidade iônica e alta resolução.
📊 Big Data & Wearables (faixa verde escuro)
2000s: High-throughput biology → biologia de larga escala com grandes bancos de dados.
2010s: surgimento de conceitos como iPOP (integrated Personal Omics Profiling) e personal exposome.
Recente: expansão dos wearables para monitoramento em saúde (ex.: dispositivos que coletam dados fisiológicos contínuos).
Cada “ômica” teve sua trajetória própria de avanços tecnológicos, mas todas convergem no século XXI com:
Integração multiescala (multi-ômica).
Alta resolução (célula única, espacial, temporal).
Aplicação translacional (diagnóstico, prevenção e monitoramento da saúde).
Aprenda mais sobre o uso das ciências ômicas em saúde neste curso passo a passo.