Um estudo investigou o papel de um polimorfismo do promotor da monoamina oxidase A (MAO-A) nos distúrbios do sono em pacientes com doença de Alzheimer (DA). Constatou-se que o alelo de alta atividade de 4 repetições do polimorfismo do promotor VNTR da MAO-A aumenta a suscetibilidade a distúrbios do sono, incluindo fenótipos de sono alterados (Craig, Hart,& Passmore).
Os neurotransmissores – como serotonina, dopamina, noradrenalina e melatonina – são mensageiros químicos que regulam humor, foco, energia, sono e até a intensidade dos sonhos. Quando esse equilíbrio se perde, podem surgir efeitos inesperados: insônia, ansiedade, variações de humor e até pesadelos.
Um exemplo interessante envolve a enzima MAO (monoamina oxidase).
Ela é responsável por “quebrar” neurotransmissores. Pessoas com atividade aumentada da MAO degradam serotonina e dopamina mais rápido, ficando com níveis mais baixos dessas substâncias.
O que isso significa na prática?
Ao tomar melatonina, o sono REM pode se intensificar. Mas, sem serotonina suficiente para estabilizar o cérebro, os sonhos ficam vívidos demais… e muitas vezes viram pesadelos.
Já o 5-HTP, precursor da serotonina, pode gerar picos temporários de bem-estar. Porém, em quem tem MAO acelerada, essa serotonina extra é destruída rapidamente, causando oscilações bruscas e aumentando as chances de sonhos estranhos ou perturbadores. Tudo isso mostra como o equilíbrio neuroquímico é delicado. O que pode ser ótimo para uma pessoa, pode gerar desconforto em outra.
🧬 E aqui entra a importância dos exames genéticos e metabolômicos. Eles ajudam a identificar variações em genes relacionados à MAO e a outros receptores cerebrais, além de metabólitos como 5-indolacetato (5-IAA) permitindo entender melhor como cada organismo responde a suplementos e medicamentos. Com essa informação, fica muito mais fácil personalizar estratégias para sono, humor e bem-estar – de forma mais segura e eficaz.
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Evidências de que a Melatonina Aumenta o Sono REM
Um estudo envolvendo 14 pacientes ambulatoriais com distúrbios neuropsiquiátricos do sono e duração reduzida do sono REM demonstrou que a melatonina aumentou significativamente a porcentagem de sono REM. Pacientes que receberam 3 mg de melatonina diariamente apresentaram um aumento na porcentagem de sono REM de 14,7% para 17,8%, em comparação com uma redução no grupo placebo de 14,3% para 12,0% [1].
Em uma pesquisa com seis pacientes com DCR, a administração de melatonina resultou em uma normalização significativa da porcentagem de sono REM [2]. Um estudo com pacientes com insônia observou um aumento significativo na latência do sono REM com uma dose de 1 mg de melatonina [3].
Referências
1) D Kunz et al. Melatonin in patients with reduced REM sleep duration: two randomized controlled trials. The Journal of clinical endocrinology and metabolism (2004). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/14715839/
2) D Kunz et al. Melatonin as a therapy in REM sleep behavior disorder patients: an open-labeled pilot study on the possible influence of melatonin on REM-sleep regulation. Movement disorders : official journal of the Movement Disorder Society (1999). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10348479/
3) SP James et al. Melatonin administration in insomnia. Neuropsychopharmacology : official publication of the American College of Neuropsychopharmacology (1990). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/2306332/