A síndrome da fadiga crônica (SFC) e o burnout podem se parecer em alguns aspectos (como cansaço persistente e queda de energia), mas são condições diferentes, com origens, evolução e critérios diagnósticos distintos.
Burnout
Reconhecido pela OMS (CID-11) como um fenômeno ocupacional.
Características principais:
Surge no contexto do trabalho (associado a estresse crônico laboral).
Tríade clássica:
Exaustão emocional (cansaço mental e físico intenso).
Ceticismo ou distanciamento em relação ao trabalho.
Desmotivação e queda de eficácia profissional.
Sintomas comuns: insônia, irritabilidade, desmotivação, dificuldade de concentração, queixas físicas ligadas ao estresse.
Causa: sobrecarga, ambiente de trabalho tóxico, falta de equilíbrio entre esforço e recompensa.
Diagnóstico: clínico, baseado em história ocupacional e sintomas.
Tratamento:
Redução da carga de trabalho ou afastamento temporário do trabalho, conforme o caso.
Psicoterapia para aumento da autoestima, reorganização das prioridades, desenvolvimento de habilidades de coping e manejo do estresse e estabelecimento de limites saudáveis.
Prática de atividade física regular para melhoria do humor.
Medicamentos antidepressivos ou ansiolítico se for o caso (comorbidades como depressão, ansiedade, insônia podem ocorrer).
Síndrome da Fadiga Crônica (SFC)
Também chamada de encefalomielite miálgica, é uma condição clínica reconhecida.
Características principais:
Fadiga intensa e incapacitante, não aliviada por descanso.
Dura pelo menos 6 meses.
Pode piorar após esforço físico ou mental mínimo (mal-estar pós-esforço).
Associada a sintomas como:
Alterações cognitivas ("nevoeiro mental").
Distúrbios do sono.
Dores musculares e articulares.
Cefaleia.
Sintomas semelhantes a gripe.
Alterações autonômicas (ex.: tontura ao ficar em pé).
Causa: ainda não totalmente esclarecida (envolve disfunções imunológicas, neuroendócrinas e metabólicas).
Diagnóstico: clínico, por exclusão (descartar outras doenças que causam fadiga).
Tratamento:
O manejo multiprofissional é muito importante para melhoria da qualidade de vida. As abordagens envolvem:
Gestão de energia: aprender a dosar as atividades para evitar crises.
Terapia: ajuda na adaptação emocional e manejo dos sintomas.
Fisioterapia suave/exercícios graduais: cautela para não piorar a fadiga.
Higiene do sono para regularização do ciclo circadiano.
Acompanhamento nutricional para manejo de situações orgânicas, como:
Disfunção mitocondrial
Inflamação
Carências nutricionais
Sensibilidades alimentares
Disbiose intestinal
Disfunção imune
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