Você já ouviu falar da proteína tau? Para quem está mergulhando no universo do Alzheimer, ela é uma das grandes protagonistas — infelizmente, do lado "vilão". Essa proteína, que normalmente ajuda a manter a estrutura dos neurônios, pode se transformar em um pesadelo quando sofre alterações e se acumula no cérebro.
Mas calma! A ciência está correndo atrás. A imagem acima mostra as estratégias que pesquisadores estão desenvolvendo para combater o Alzheimer atacando diretamente a proteína tau. Vamos destrinchar isso juntos?
Como a tau se transforma em problema?
Na imagem anterior, você vê diferentes formas da tau:
Monômero (forma normal)
Oligômero (quando começa a se agrupar)
Agregado (acúmulo tóxico)
Truncada (forma cortada e ainda mais tóxica)
Essas formas alteradas se espalham pelos neurônios, atrapalhando a comunicação e levando à morte celular.
Frentes de batalha contra a tau
Inibidores de agregação de tau
Evitam que as proteínas se juntem e formem aglomerados tóxicos.Inibidores de expressão de tau
Reduzem a produção da proteína tau nas células.Moduladores de autofagia ou digestão proteossomal
Estimulam o “sistema de reciclagem” celular para destruir tau defeituosa.Imunoterapia (ativa ou passiva)
Usa o sistema imunológico (ou anticorpos artificiais) para reconhecer e remover tau anormal.Agentes estabilizadores de microtúbulos
Reforçam a estrutura dos neurônios, compensando a perda causada pela tau.
Zoom molecular: como regular tau na prática?
No canto direito da imagem, temos um zoom nos microtúbulos (os “trilhos” dos neurônios) mostrando várias formas de impedir que a tau se torne tóxica:
Inibidores de caspase: evitam o corte da tau.
Inibidores de OGA (enzima que remove glicose da tau): regulam sua estabilidade.
Inibidores de quinases / ativadores de fosfatases: controlam a fosforilação (uma modificação que pode deixar a tau disfuncional).
Inibidores de acetilação: evitam alterações químicas que promovem acúmulo da tau.
E o futuro?
Ao atacar a tau por todos os lados — da produção ao descarte — os cientistas estão abrindo novas possibilidades para terapias eficazes, além das já conhecidas para a proteína beta-amiloide.
Ainda há um caminho a percorrer, mas cada uma dessas estratégias é uma peça essencial do quebra-cabeça. E com o avanço da neurociência, estamos mais perto de mudar o curso dessa doença devastadora. Aprenda mais sobre o cérebro em https://t21.video
O que você pode fazer já
Um estilo de vida saudável faz parte dos cuidados com o cérebro. Quando o corpo está saudável o cérebro fica mais saudável também.
1. Prevenção da agregação da proteína tau
Polifenóis e flavonoides: Compostos encontrados em alimentos como chá verde (EGCG), cúrcuma (curcumina), uvas e frutas vermelhas (resveratrol, quercetina) mostram capacidade de inibir a agregação da tau.
Ômega-3 (DHA e EPA): Ácidos graxos presentes em peixes de águas frias auxiliam na manutenção da saúde neuronal e podem reduzir a formação de agregados.
Melatonina: Hormônio natural que tem efeito antioxidante e pode prevenir a agregação da tau em modelos experimentais.
2. Redução da produção excessiva da tau patológica
Dieta balanceada e rica em antioxidantes: Alimentos como frutas, verduras, oleaginosas, e especiarias (ex. açafrão, gengibre) reduzem o estresse oxidativo e a inflamação, fatores que modulam a expressão da tau patológica.
Exercícios físicos regulares: Atividade física melhora a neuroplasticidade e pode reduzir a produção aberrante de tau, por meio da regulação de vias celulares e redução do estresse.
3. Estímulo do descarte e degradação da tau anormal
Ativação do sistema autofágico: A autofagia é uma via celular que degrada proteínas mal dobradas. Compostos naturais como a espermidina (encontrada em vegetais e grãos integrais e em suplemenos) e jejum intermitente podem ativar essa via.
Probióticos e saúde intestinal: A microbiota influencia o sistema imune e pode ajudar no clearance (eliminação) de proteínas tóxicas no cérebro.
Considerações adicionais
Sono de qualidade: O sono ajuda na remoção de toxinas e proteínas acumuladas no cérebro, incluindo a tau.
Redução do estresse crônico: O estresse inflamatório pode aumentar a produção da tau patológica.