O artigo "Decreased cortical Nrf2 gene expression in autism and its relationship to thiol and cobalamin status" explora a relação entre o estresse oxidativo, a expressão do gene Nrf2 e o metabolismo de tiol e cobalamina (vitamina B12) em indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA).
Principais Descobertas
Redução da expressão do gene Nrf2: Foi observada uma diminuição na expressão do gene NFE2L2, que codifica o fator de transcrição Nrf2, no córtex frontal de indivíduos com TEA. O Nrf2 é essencial para a ativação de genes antioxidantes que protegem contra o estresse oxidativo.
Alterações nos níveis de cobalamina: Os níveis de metilcobalamina (MeCbl) e da cobalamina total estavam positivamente correlacionados com a expressão do NFE2L2, enquanto a hidroxocobalamina (OHCbl) apresentava correlação negativa. Isso sugere que formas ativas da vitamina B12 podem influenciar positivamente a atividade antioxidante mediada pelo Nrf2.
Disfunção no metabolismo de tiol: Metabólitos como metionina, S-adenosilmetionina (SAM), S-adenosil-homocisteína (SAH) e cistationina mostraram correlação positiva com a expressão do NFE2L2, enquanto a homocisteína apresentou correlação negativa. Esses resultados indicam uma possível disfunção nas vias de metilação e transulfuração em indivíduos com TEA.
Associação com genes de processamento de cobalamina: A expressão de genes regulados pelo Nrf2 também correlacionou-se com genes envolvidos no tráfego e processamento intracelular da cobalamina, como MMADHC e MTRR, destacando uma interconexão entre o metabolismo da vitamina B12 e a resposta antioxidante.
Implicações
Essas descobertas sugerem que a diminuição da atividade do Nrf2 pode contribuir para o estresse oxidativo observado em indivíduos com TEA, possivelmente devido a deficiências na cobalamina ativa e disfunções nas vias de metilação e transulfuração. Intervenções que visem melhorar o status da cobalamina e restaurar a função do Nrf2 podem representar abordagens terapêuticas promissoras para mitigar os efeitos do estresse oxidativo no TEA.
Além disso, estudos anteriores indicam que tratamentos com metilcobalamina e ácido folínico podem melhorar o metabolismo do glutationa e o comportamento adaptativo em crianças com TEA, reforçando a importância de abordar as disfunções metabólicas associadas ao transtorno. Além disso, vários compostos bioativos dos alimentos ajudam a modular a via Nrf2, incluindo curcumina do açãfrão, sulforafano do brócolis, resveratrol das uvas roxas, genisteína (tofu, tempeh, edamame), ácido carnósico (alecrim, sálvia), EGCG do chá verde.