O estudo Identifying Concepts of Physical Activity Which Are Clinically Meaningful to Patients and Care Providers identificou aspectos que dificultam e facilitam a atividade física.
São barreiras para realização de atividade física: dor, fadiga, medo de queda, vergonha. São facilitadores fa atividade física: apoio familiar, motivação, dispositivos de auxílio.
Em termos de motivação ter qualidade de vida e autonomia foram temas centrais da pesquisa. O que importa para as pessoas? Conseguir realizar atividades que envolvem marcha 🚶♂️(andar, passear, subir escadas), conseguir se equilibrar ⚖️ para evitar quedas, conseguir vestir-se e tomar banho, usar membros superiores 💪 para carregar sacolas, pentear o cabelo, realizar tarefas domésticas, alimentar-se, ter mobilidade 🏃 em atividades de diferentes intensidades (exercício, lazer, viagens), conseguir realizar mudanças posturais para agachar (sentar no sofá), levantar, flexionar o corpo.
Ou seja, focar em corpo bonito ou emagrecimento nem sempre é o que motiva. Precisamos entender o paciente com quem estamos falando e ajudá-lo a colocar em prática a atividade física, para que possa envelhecer com qualidade de vida e autonomia.
Estratégias práticas para promover atividade física com foco em autonomia e qualidade de vida:
1. Converse com o seu paciente sobre o “para quê”
Antes de sugerir qualquer atividade, pergunte:
O que você gostaria de continuar conseguindo fazer com facilidade?
Tem algo que sente dificuldade de fazer e gostaria de melhorar?
Isso traz o foco para as atividades funcionais e significativas para a pessoa (ex: subir escadas, vestir-se sozinho, brincar com netos), e gera motivação real.
2. Traduza exercício em função
Ao invés de falar “vamos fazer agachamento”, diga:
Vamos treinar um movimento que te ajuda a levantar do sofá com mais segurança.
Esse exercício ajuda a carregar as sacolas do mercado com menos esforço.
Mostre a utilidade prática, reforçando a autonomia como ganho.
3. Respeite limitações e barreiras, oferecendo alternativas
Dor ou fadiga? Use exercícios mais leves, fracionados durante o dia.
Medo de queda? Comece com exercícios com apoio (na cadeira ou encostado na parede), e vá progredindo.
Vergonha? Indique treinos individuais em casa, aplicativos acessíveis ou caminhadas em horários tranquilos.
4. Apoio social como pilar
Incentive que a pessoa convide um amigo, familiar ou vizinho para se movimentar junto.
Grupos comunitários ou grupos online também funcionam muito bem.
Isso ajuda a criar comprometimento, prazer e regularidade.
5. Use rotinas já existentes
Atividades como limpar a casa, pendurar roupa, subir escadas, caminhar até a padaria contam como movimento.
Encoraje “mexer-se mais”, mesmo que não seja uma sessão formal de treino.
6. Celebre pequenas conquistas
“Você conseguiu subir a escada sem parar no meio? Incrível!”
“Fez os exercícios 3 vezes essa semana? Maravilhoso!”
Reforço positivo mantém a motivação e ajuda a pessoa a valorizar o progresso funcional, e não estético.
7. Ferramentas e adaptações práticas
Dispositivos de apoio (bengalas, andadores, barras no banheiro) devem ser vistos como aliados, não como fracasso.
Mostre que esses recursos ajudam a manter a independência.
🌱 Estratégias Motivacionais para Nutrição com Foco em Autonomia e Energia para o Dia a Dia
1. Fale de energia, não de calorias
Em vez de falar sobre restrição, pergunte:
“Como está sua disposição durante o dia?”
“Você sente que sua alimentação está te ajudando a ter mais energia pra fazer o que gosta?”
Isso muda o foco para o impacto direto da alimentação na vitalidade.
2. Nutrição como combustível para independência
Associe escolhas alimentares a metas funcionais:
“Essa refeição ajuda a manter sua força muscular, o que facilita subir escadas, carregar sacolas, se manter firme.”
“Proteína adequada e boa hidratação te ajudam a levantar com mais facilidade e prevenir quedas.”
Conecta a nutrição com preservação da autonomia e da mobilidade.
3. Honre a comida, mas sem culpa
Evite linguagem de "proibido", "errado", "engorda".
Use: “Podemos equilibrar os alimentos do jeito que te dá prazer e mantém sua energia estável.”
Reforce: “Você não precisa cortar tudo — só precisa fazer ajustes que funcionem na sua rotina.”
Tira o peso da “dieta” e coloca foco em escolhas sustentáveis.
4. Planejamento simples = autonomia alimentar
Incentive pequenas atitudes:
“Você já consegue montar uma refeição com pelo menos 1 verdura, 1 fonte de proteína e 1 carboidrato?”
“Consegue deixar frutas já lavadas e visíveis?”
Isso ajuda a pessoa a ter autonomia para se alimentar bem mesmo com pouca energia ou tempo.
5. Use a memória afetiva como aliada
Pergunte: “Tem alguma receita que te traz boas lembranças e que poderia ser adaptada para o dia a dia?”
Transforme preparos tradicionais em versões equilibradas, sem perder o sabor.
Isso gera conexão emocional com a comida, tornando o processo mais acolhedor e menos técnico.
6. Apoio e ambiente contam muito
Família pode ajudar na compra, preparo e incentivo.
Refeições em companhia (presencial ou virtual) melhoram apetite e vínculo.
Envolver outros reforça motivação social e evita isolamento alimentar.
7. Celebrar evolução, não perfeição
“Você incluiu uma fruta hoje? Excelente começo.”
“Reduziu o tempo sem comer nada de manhã? Perfeito!”
O reforço positivo dá mais resultado do que cobrança.