Metabolômica: urina x saliva

A metabolômica salivar e a metabolômica urinária possuem vantagens e limitações distintas quando se trata da avaliação de nutrientes, estresse oxidativo, neurotransmissores e metabólitos microbianos. A escolha entre saliva e urina depende do contexto específico da análise e dos biomarcadores de interesse.

Comparação entre metabolômica salivar e urinária:

  1. Avaliação de nutrientes:

    • A urina reflete a excreção metabólica e pode fornecer um perfil mais abrangente de micronutrientes e metabólitos derivados da dieta.

    • A saliva pode fornecer informações sobre nutrientes biodisponíveis, mas a concentração de muitos compostos é menor do que na urina.

  2. Estresse oxidativo:

    • Biomarcadores de estresse oxidativo (como 8-isoprostanos, malondialdeído, e GSH/GSSG) podem ser detectados tanto na saliva quanto na urina.

    • A urina é frequentemente preferida devido à maior estabilidade e menor interferência de fatores externos, como fluxo salivar e contaminação por componentes bucais.

  3. Neurotransmissores:

    • A saliva pode refletir concentrações agudas de neurotransmissores, como cortisol, dopamina e serotonina, sendo útil para monitoramento de estresse e função do eixo HPA.

    • A urina pode ser mais útil para avaliar metabólitos de neurotransmissores ao longo do tempo, pois reflete a excreção acumulada desses compostos.

  4. Metabólitos microbianos intestinais:

    • A urina geralmente fornece um perfil mais abrangente dos metabólitos microbianos intestinais (ex: ácidos orgânicos, indoxil sulfato, p-cresol), pois reflete compostos absorvidos e excretados pelo metabolismo hepático e renal.

    • A saliva pode conter alguns metabólitos derivados da microbiota oral, mas sua utilidade na avaliação do microbioma intestinal é mais limitada.

A metabolômica urinária é geralmente mais abrangente para avaliar metabolismo sistêmico, excreção de nutrientes e metabólitos microbianos. A metabolômica salivar pode ser vantajosa para avaliação rápida e não invasiva de biomarcadores específicos, especialmente relacionados ao estresse e à função neuroendócrina. No entanto, para muitas aplicações, a urina continua sendo o fluido biológico mais preciso e confiável.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/