Metabolômica: urina x saliva

Exames metabolômicos urinários e salivares são ambos utilizados para analisar o metaboloma, ou seja, o conjunto de metabólitos presentes em uma amostra biológica. No entanto, eles diferem em vários aspectos importantes, principalmente quanto ao tipo de informação que fornecem, vantagens técnicas e adequação clínica. Abaixo, estão as principais diferenças:

🧠 4. Neurotransmissores e seus metabólitos

A saliva pode refletir concentrações agudas de neurotransmissores, como cortisol, dopamina e serotonina, sendo útil para monitoramento de estresse e função do eixo HPA.

A urina pode ser mais útil para avaliar metabólitos de neurotransmissores ao longo do tempo, pois reflete a excreção acumulada desses compostos. Exames metabolômicos urinários detectam metabólitos de neurotransmissores, como:

  • Ácido homovanílico (HVA) – dopamina

  • Ácido vanilmandélico (VMA) – adrenalina/noradrenalina

  • 5-HIAA – serotonina

Esses metabólitos são excretados pelos rins e refletem o metabolismo central e periférico dos neurotransmissores.

🔬 5. Metabólitos intestinais

  • Saliva: Pouco útil. Metabólitos intestinais quase não estão presentes em concentrações detectáveis na saliva. A saliva não reflete bem o ambiente microbiano intestinal.

  • Urina: Melhor opção, pois muitos metabólitos produzidos no intestino (pelas bactérias ou por fermentação de alimentos, como ácidos orgânicos, indóis, escatóis, etc.) são absorvidos pelo intestino, metabolizados pelo fígado e excretados na urina.

  • Detectáveis na urina:

    • Ácido hipúrico, ácido fenólico

    • Derivados do triptofano (indoxil sulfato, escatol)

    • Ácidos graxos de cadeia curta (em parte)

    • Marcadores de disbiose e permeabilidade intestinal (como o ácido D-láctico)

A metabolômica urinária é geralmente mais abrangente para avaliar metabolismo sistêmico, excreção de nutrientes e metabólitos microbianos. A metabolômica salivar pode ser vantajosa para avaliação rápida e não invasiva de biomarcadores específicos, especialmente relacionados ao estresse e à função neuroendócrina. No entanto, para muitas aplicações, a urina continua sendo o fluido biológico mais preciso e confiável.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/