O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica caracterizada pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. E pode se apresentar de formas diferentes nos indivíduos, de acordo com as características predominantes de cada um.
TDAH predominantemente desatento (Tipo D)
Possuem dificuldades de atenção e concentração;
Têm problemas para seguir instruções e comandos;
Possuem dificuldade na organização de tarefas e atenção aos detalhes.
TDAH predominantemente hiperativo/impulsivo (Tipo H)
São inquietos, falam e agem excessivamente;
Não conseguem ficar parados e/ou sentados por muito tempo;
Têm problemas em esperar sua vez em situações sociais.
TDAH combinado (Tipo C)
Junção dos dois tipos anteriores.
Combinação dos sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade, fazendo com que a pessoa tenha dificuldades nas 3 áreas.
Cada indivíduo com o transtorno é único. Lembrando que a hiperatividade pode ser física ou mental. Uma mente que está sempre buscando por estímulo frequente, acaba pulando de uma atividade para outra. O tipo de TDAH hiperativo gera a dificuldade de quietude física ou mental. Estas modificações são caracterizadas por diferenças genéticas e neurobiológicas.
Quando a condição não é tratada na infância, os sintomas podem persistir. Se seus sintomas te incomodam, procure ajuda profissional. Um plano de tratamento individualizado é importante. Muitas pessoas desenvolvem transtornos de ansiedade e depressão pelo TDAH não tratado.
Lembrando que TDAH é um sintoma do neurodesenvolvimento. A pessoa não desenvolve TDAH, já nasce com o transtorno. Estudos indicam que influências genéticas persistentes (entre 45% e 90% da variância genética total) contribuem para os sintomas de hiperatividade-impulsividade e desatenção ao longo da infância e adolescência, com fatores genéticos identificados tanto entre os subtipos quanto específicos de cada subtipo [1].
Estudos de neuroanatomia e conectividade funcional revelam diferenças distintas na organização cerebral e nas redes entre os subtipos de TDAH. Por exemplo, o tipo predominantemente desatento (TDAH-D) apresentou maior grau de conectividade nodal no hipocampo em comparação com o tipo combinado (TDAH-C) e com os controles, enquanto o TDAH-C exibiu maior grau de conectividade nodal no cerebelo em comparação com o TDAH-I [2].
Embora diferenças genéticas e neurobiológicas sejam observadas, a literatura disponível não aborda extensivamente as diferenças metabólicas entre as apresentações do TDAH.
Diferenças Genéticas e Neurobiológicas
Um estudo com gêmeos, envolvendo 1.480 pares de gêmeos suecos, descobriu que as influências genéticas explicam de 45% a 90% da variância genética total na hiperatividade-impulsividade e na desatenção da infância à adolescência. Este estudo apoia uma base genética para os subtipos de TDAH, identificando influências genéticas persistentes entre os subtipos e influências genéticas específicas de cada subtipo [1].
Estudos de neuroimagem utilizando ressonância magnética T1 em 34 participantes com TDAH (8-17 anos; 16 com TDAH-D, 18 com TDAH-C) e 28 controles demonstraram perfis organizacionais distintos em regiões cerebrais. O TDAH-D apresentou maior grau nodal no hipocampo, giro supramarginal, sulco calcarino e córtex occipital superior, enquanto o TDAH-C apresentou maior grau nodal no cerebelo, cíngulo anterior, giro frontal médio e putâmen [2].
A ressonância magnética funcional em repouso (RMf) em 165 crianças com TDAH (idade média de 10,93 anos) e 170 indivíduos com desenvolvimento típico (idade média de 11,46 anos) revelou uma dupla dissociação na conectividade funcional. O subtipo hiperativo-impulsivo foi associado ao aumento da conectividade na rede córtico-estriatal, enquanto o subtipo desatento foi associado ao aumento da conectividade na rede de atenção ventral direita [3]. Um estudo sobre a rede de modo padrão (RMP) em 34 participantes com TDAH (8-17 anos) e 39 controles constatou que o TDAH-C foi caracterizado por conectividade reduzida na RMP em comparação com o TDAH-D e os controles [4].
Referências
1) H Larsson et al. Genetic contributions to the development of ADHD subtypes from childhood to adolescence. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry (2006). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16865040/
2) JF Saad et al. Regional brain network organization distinguishes the combined and inattentive subtypes of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. NeuroImage. Clinical (2017). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28580295/
3) M Sanefuji et al. Double-dissociation between the mechanism leading to impulsivity and inattention in Attention Deficit Hyperactivity Disorder: A resting-state functional connectivity study. Cortex; a journal devoted to the study of the nervous system and behavior (2016). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27394716/
4) JF Saad et al. Intrinsic Functional Connectivity in the Default Mode Network Differentiates the Combined and Inattentive Attention Deficit Hyperactivity Disorder Types. Frontiers in human neuroscience (2022). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35754775/
5) RJP Custodio et al. Thrsp Gene and the ADHD Predominantly Inattentive Presentation. ACS chemical neuroscience (2023). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/36716294/

