Tratamento e suplementação da artrose degenerativa

A artrose degenerativa, também conhecida como osteoartrite, é uma condição crônica que afeta as articulações, causando dor, rigidez e diminuição da mobilidade. Embora a causa exata ainda não seja totalmente compreendida, diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento.

Principais causas da osteoartrite

  • Envelhecimento: O desgaste natural das articulações ao longo dos anos é um dos principais fatores de risco.

  • Sobrecarga articular: Atividades físicas repetitivas, obesidade e profissões que exigem esforço físico excessivo podem sobrecarregar as articulações e acelerar o processo degenerativo.

  • Traumas: A doença é rara antes dos 40 anos, mas lesões nas articulações, como fraturas, luxações e entorses, podem causar danos à cartilagem e predispor ao desenvolvimento da artrose mesmo em jovens.

  • Fatores genéticos: A predisposição genética pode aumentar o risco de desenvolver artrose, especialmente em determinadas famílias. Alguns dos genes mais estudados incluem aqueles relacionados ao:

    • Colágeno: O colágeno é uma proteína essencial para a estrutura da cartilagem. Mutações nos genes que codificam o colágeno podem enfraquecer a cartilagem e torná-la mais suscetível ao desgaste.

    • Proteoglicanos: Os proteoglicanos são moléculas que ajudam a reter água na cartilagem, mantendo-a lubrificada e resistente à pressão. Alterações nos genes que codificam os proteoglicanos podem levar à perda de água da cartilagem e à sua degeneração.

    • Enzimas: Algumas enzimas estão envolvidas na degradação da cartilagem. Mutações nos genes que codificam essas enzimas podem aumentar a atividade dessas enzimas e acelerar a destruição da cartilagem.

    • Fatores de crescimento: Os fatores de crescimento são proteínas que regulam o crescimento e a reparação dos tecidos. Alterações nos genes que codificam os fatores de crescimento podem afetar a capacidade do corpo de reparar a cartilagem danificada.

  • Alinhamento articular anormal: Deformidades nas articulações, como varo (joelhos em X) ou valgo (joelhos em O), podem aumentar a pressão sobre a cartilagem e acelerar o processo degenerativo. A cirurgia ortopédica, pode ser indicada, em alguns casos, para corrigir desvios e deformações.

  • Outras doenças: Algumas doenças, como a gota, a artrite reumatoide e a osteoporose, podem aumentar o risco de desenvolver artrose.

Como a artrose se desenvolve?

A cartilagem articular, um tecido liso e resistente que reveste as extremidades dos ossos, atua como um amortecedor, permitindo o movimento suave das articulações. Na artrose, essa cartilagem se desgasta gradualmente, expondo o osso subjacente. Com o tempo, a articulação se torna inflamada, causando dor, rigidez e limitação de movimento.

Fatores de risco adicionais para a osteoartrite

  • Idade: O risco aumenta com o envelhecimento.

  • Sexo: Mulheres são mais propensas a desenvolver artrose, especialmente após a menopausa.

  • Obesidade: O excesso de peso coloca uma carga adicional nas articulações, especialmente nos joelhos e quadris.

  • Histórico familiar: Pessoas com histórico familiar de artrose têm maior risco de desenvolver a doença.

  • Lesões articulares prévias: Traumas nas articulações podem acelerar o processo degenerativo. Esportes de alto impacto, como o basquete e o futebol, podem aumentar o risco de artrose.

É importante ressaltar que a artrose é uma doença multifatorial, ou seja, diversos fatores podem estar envolvidos em seu desenvolvimento.

Controle da osteoartrite

A doença não tem cura, mas o tratamento permite a manutenção de uma vida normal. Os objetivos do tratamento são alívio da dor, melhoria da capacidade funcional, aumento da mobilidade das articulações atingidas, evitação da atrofia muscular, impedimento do agravamento das lesões existentes. Exercícios, controle do peso, fisioterapia, reeducação postural, uso de sapatos adequados etc. O tratamento sintomático envolve principalmente o uso de medicamentos.

  • Farmacologia:

    • Analgésicos: medicamentos e suplementos para aliviar a dor. Atuam no sistema nervoso central. Exemplos: opioides (morfina, codeína), não opioides (paracetamol, dipirona). O principal risco dos opioides é a dependência e os principais efeitos colaterais são a sonolência e prisão de ventre. Os principal efeito colateral do uso crônico dos analgésicos não opioides são náuseas, vômitos, diarreia, dores de cabeça.

    • Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): além de aliviar a dor, reduzem a inflamação. Tipos: ibuprofeno, naproxeno, ácido acetilsalicílico. Os principais efeitos colaterais são problemas estomacais, aumento da pressão arterial e retenção de líquidos.

    • Corticosteroides: em casos mais graves, para reduzir a inflamação. Tipos: prednisona, dexametasona. Os efeitos adversos mais comuns do uso crônico são aumento de peso, osteoporose, diabetes, supressão imunológica.

    • Outros medicamentos: condroprotetores, como a glucosamina (1.500mg) e a condroitina (800 a 1.200mg), que visam proteger e reparar a cartilagem. A eficácia desses suplementos nos estudos são controversos. Os efeitos colaterais mais comuns são azia, diarreia, náuseas. Pessoas com alergias a frutos do mar devem ter cuidado, pois a glucosamina pode ser derivada de crustáceos. A glucosamina pode sobrecarregar o fígado de indivíduos com doenças hepáticas e interferir no controle do açúcar no sangue em diabéticos. Também deve ser evitada em pessoas em uso de anticoagulantes pois pode aumentar o risco de sangramento.

  • Fisioterapia:

    • Exercícios terapêuticos: para fortalecer os músculos ao redor da articulação, melhorar a flexibilidade e a amplitude de movimento.

    • Terapia manual e massagens: para aliviar a dor e melhorar a função articular.

    • Modulações térmicas: aplicação de calor ou frio para reduzir a dor e a inflamação.

  • Suplementação adicional:

    • Colágeno tipo 2

      • Dá suporte ao reparo da cartilagem e ajuda a reduzir a dor e rigidez articular. Dose de 40 mg ao dia (colágeno hidrolisado) ou 10g ao dia de peptídeos de colágeno.

    • Ômega-3:

      • Possuem propriedades anti-inflamatórias, podendo ajudar a reduzir a dor e a rigidez. Dose de 1 a 4g ao dia, com combinação de EPA e DHA.

    • Vitamina D:

      • Importante para a saúde óssea e pode ter um papel na redução da inflamação.

        • A dose depende da dosagem plasmática - faça um exame de sangue.

    • Cúrcuma:

      • A curcumina, seu principal composto ativo, possui propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Dose de 500 a 2.000 mg (extrato padronizado em 95% de curcuminoides).

    • Ácido hialurônico

      • Ajuda a lubrificar as articulações. Dose de 200 a 250 mg/dia

    • Metilsulfonilmetano (MSM)

      • Propriedades anti-inflamatórias. Indicado para pacientes que apesar da dor, optam por não usar medicamentos. Dose de 1.000 a 3.000 mg/dia, dividida em 2 a 3 doses.

    • Boswellia Serrata

      • Outra opção para redução da dor e rigidez articular. Recomenda-se 300–500 mg de extrato de Boswellia (padronizado para 30–65% de ácidos boswélicos) 2–3 vezes ao dia.

        • Now, 2 vezes ao dia.

    • Quercetina:

      • Propriedades antiinflamatórias e antioxidantes. Dose: 500 a 1.000 mg/dia.

    • Zinco:

      • Essencial para a síntese de colágeno, componente importante da cartilagem. Propriedades antioxidantes.

Existem suplementos que trazem combinações destes vários compostos como o Happy Joint da Libela. Outra opção caso a caso é a manipulação.

Para individualização marque sua consulta de nutrição online

Se o impacto em sua vida estiver sendo grande deverá buscar um ortopedista para avaliação da gravidade da degradação articular. Pode haver necessidade de próteses articulares (cirurgia de artroplastia).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/