Os Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC) são compostos orgânicos, mais precisamente ácidos graxos, formados por uma cadeia curta de carbonos (geralmente entre 4 e 6 átomos). São produzidos no intestino grosso a partir da fermentação de fibras alimentares pelas bactérias benéficas presentes em nossa microbiota intestinal.
Quais são os principais AGCC?
Os AGCC mais estudados e com maior impacto na saúde são:
Butirato: É o principal combustível das células do cólon, desempenhando um papel crucial na manutenção da integridade da mucosa intestinal.
Propionato: Está envolvido na regulação do metabolismo de glicose e lipídios, além de ter efeitos no sistema nervoso central.
Acetato: É o AGCC mais abundante e desempenha diversas funções, como a regulação do apetite e a produção de hormônios.
Por que os AGCC são importantes para a saúde?
Os AGCC exercem uma série de benefícios para a saúde, incluindo:
Saúde intestinal: Fortalecimento da barreira intestinal, prevenção de inflamações e redução do risco de doenças inflamatórias intestinais.
Metabolismo: Regulação do metabolismo de glicose e lipídios, contribuindo para o controle do peso e redução do risco de doenças metabólicas.
Sistema imunológico: Modulação da resposta imune, reduzindo a inflamação sistêmica e protegendo contra doenças autoimunes.
Saúde cerebral: Influência na função cognitiva e no comportamento, podendo ter um papel na prevenção de doenças neurodegenerativas.
Como aumentar a produção de AGCC?
Para aumentar a produção de AGCC, é fundamental consumir uma dieta rica em fibras, como:
Frutas e legumes: Maçã, banana, abacate, brócolis, espinafre.
Grãos integrais: Arroz integral, aveia, quinoa, pão integral.
Leguminosas: Feijão, lentilha, grão de bico.
Sementes: Linhaça, chia, gergelim.
Mais sobre o butirato
Os AGCC ligam-se a receptores GPR43 e GPR41 espalhados por todo o trato digestório, em adipócitos e no nervo vago. Acabam tendo um impacto no humor, melhorando a depressão. O principal AGCC responsável por este efeito é o butirato.
Butirato (da palavra grega antiga para "manteiga") é um ácido graxo de cadeia curta (SCFA) que ocorre naturalmente na manteiga e em outros alimentos e também é produzido por micróbios no intestino. No intestino, o butirato é a fonte de combustível preferida para os colonócitos, as células semelhantes à pele que revestem o cólon.
O butirato participa de uma ampla gama de vias metabólicas no corpo. Consequentemente, baixas concentrações de butirato no sangue, cólon, fígado e cérebro foram identificadas em diversas doenças. Geralmente, o aumento dos níveis de butirato demonstrou ter efeitos benéficos na saúde. Mais especificamente, a pesquisa apóia o papel do butirato no seguinte:
Permeabilidade intestinal reduzida (isto é, intestino permeável) – Maiores níveis de oxidação de butirato no intestino foram associados a menor permeabilidade colônica na colite ulcerativa.
Aumento da neurogênese – O butirato aumenta a neurogênese diretamente.
Tolerância à glicose melhorada – A microbiota de pessoas com diabetes tipo dois se afasta das espécies produtoras de butirato.
Inflamação reduzida – O butirato promove a maturação das células T reguladoras.
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