O estresse oxidativo é comum no TEA e pode ser causado pela disfunção mitocondrial. Mais radicais livres circulantes associam-se a aumento de carbonilação, peroxidação lipídica, aumento da inflamação, oxidação de proteínas e de DNA. Estas questões também estão ligadas a alterações nas junções estreitas de intestino, sintomas gastrointestinais, danos à barreira hematoencefálica, neuroinflamação e mudanças comportamentais.
Evidências emergentes identificaram discretamente disfunções mitocondriais como denominadores etiológicos comuns em doenças gastrointestinais. Porém, é importante perceber que as disfunções mitocondriais não são apenas consequências de doenças. Em vez disso, as mitocôndrias danificadas agravam gravemente a patogênese, qualificando-se assim como fatores perpetráveis dignos de direcionamento profilático e terapêutico.
O estresse oxidativo e nitrosativo devido a estímulos endógenos e exógenos desencadeia lesão mitocondrial causando a produção de padrões moleculares associados ao dano mitocondrial (mtDAMPs), que, em um loop feed-forward, infligem danos inflamatórios no tecido. A inflamação gastroduodenal e as lesões ulcerativas aumentam em função do estresse, hábitos alimentares restritivos, tabagismo, alcoolismo, uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteróides, viroses, disbiose e a própria disfunção mitocondrial etc.
A dinâmica estrutural mitocondrial e a mitofagia são parâmetros cruciais de controle de qualidade que determinam a extensão da mitopatologia e os resultados da doença. Curiosamente, além dos fatores endógenos, as mitocôndrias também fazem crosstalk e, por sua vez, são afetadas negativamente por patobiontes intestinais colonizados durante a disbiose luminal.
Um dos fatores que levam à problemas mitocondriais no autismo é a deficiência de carnitina (Kepka et al., 2021), que pode ser causada por deleção de determinados genes. A deficiência de L-carnitina associa-se a sintomas, como:
Baixo tônus muscular
Fraqueza
Cansaço
Irritabilidade
Atraso no desenvolvimento motor
Baixo consumo de alimentos
Dificuldade respiratória
Perda urinária
Baixa produção de energia
Regressão