As dietas ocidentais são tipicamente ricas em gorduras saturadas e açúcar e pobres em fibras e isto gera desafios para o microbioma intestinal. O nosso microbioma – que é a coleção total de todos os genes com os quais os micróbios contribuem para o nosso corpo – e o nosso sistema imunitário estão intrinsecamente ligados.
As bactérias que temos no intestino são cruciais para nossa saúde. Ajudam-nos a digerir os alimentos, são essenciais para o sistema imunitário e estão ligadas a uma ampla gama benefícios, em relação à saúde gastrointestinal, física, cardiometabólica e mental.
O consumo de 25 a 35 gramas de fibra ao dia se correlaciona com uma menor incidência de diabetes tipo 2, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral e cancro do cólon. E mais, precisamos variar também os tipos de fibras que consumimos. Falo sobre o tema neste vídeo:
Raramente, dietas pobres em fibras são indicadas, devido a problemas de saúde específicos, como distúrbios inflamatórios intestinais na fase aguda. Mas, para a maioria das pessoas uma dieta rica em fibras é fundamental para a saúde intestinal.
Fibras provenientes de fontes distintas podem ter ações diferentes no corpo. Um estudo avaliou como diferentes fontes de fibras - proteína de ervilha (fonte e arabinano), casca de frutas cítricas (pectina cítrica), casca de tomate, fibra de laranja, fibra de maçã, fibra de casca de aveia, cacau, sementes de chia e farelo de arroz influenciava a microbiota intestinal de camundongos.
Especificamente, a abundância de B. thetaiotaomicron aumentou na presença de pectina cítrica e fibra de ervilha, enquanto os níveis de B. ovatus aumentaram na presença de beta-glucano de cevada e farelo de cevada. Outras fibras que resultaram em aumento de membros das cepas de Bacteroides no estudo foram inulina de alto peso molecular, maltodextrina resistente e psyllium.
Aprofundando-se, a equipe identificou quais carboidratos bioativos nas preparações de fibras forneciam as fontes alimentares preferidas para as diferentes cepas.
Em humanos isso é muito importante. Uma variedade de cepas gera mais saúde. A perda de diversidade microbiana está ligada à síndrome do intestino irritável (SII), maior risco de certos tipos de câncer, doenças autoimunes e até transtornos mentais.
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