A Doença de Parkinson é uma condição neurológica progressiva que afeta milhões de pessoas no mundo (cerca de 2 a 3% da população mundial acima de 65 anos). É caracterizada pela perda de neurônios na substância negra, resultando em deficiência de domina e acúmulo de agregados da proteína alfa-sinucleína.
Mecanismos moleculares envolvidos na doença de Parkinson (Poewe et al., 2017)
Sintomas motores como tremores, rigidez muscular e bradicenesia (lentidão de movimento) são comuns. Contudo, sintomas não motores podem estar presentes anos antes do início da doença, incluindo dificuldades no sono REM (fase do sono profundo), depressão, ansiedade, prisão de ventre, hiposmia (diminuição do olfato).
Sintomatologia da doença de Parkinson (Poewe et al., 2017)
A doença ainda não tem cura definitiva. No entanto, estudos recentes têm revelado novas abordagens que podem ajudar na recuperação de funções motoras em pacientes com Parkinson. Uma dessas estratégias é o uso de altas doses de riboflavina (vitamina B2) combinado com a eliminação da carne vermelha da dieta.
Riboflavina: Um Potencial Aliado
A riboflavina é uma vitamina essencial para o funcionamento do sistema nervoso, pois participa da produção de energia celular e age na reparação de tecidos. Em estudos específicos sobre a Doença de Parkinson, pesquisadores observaram que a administração de altas doses de riboflavina pode reduzir alguns dos sintomas motores em pacientes, aumentando a energia disponível para as células nervosas e combatendo o estresse oxidativo, que é um fator agravante da doença.
Essa abordagem tem mostrado resultados promissores. Pacientes tratados com doses elevadas de riboflavina relataram melhora na coordenação e redução de tremores. Embora os mecanismos exatos ainda estejam sendo estudados, é provável que a vitamina auxilie na proteção das células dopaminérgicas, que são gravemente afetadas no Parkinson.
O Papel da Carne Vermelha na Doença de Parkinson
A carne vermelha é rica em gorduras saturadas e pode conter metais pesados e toxinas, fatores que podem influenciar negativamente o estado neurológico de pacientes com Parkinson. O acúmulo dessas toxinas pode promover inflamação e agravar o estresse oxidativo, ambos prejudiciais para as células cerebrais já vulneráveis.
Pesquisadores que estudaram a relação entre a dieta e o Parkinson observaram que pacientes que eliminaram a carne vermelha da dieta, combinando essa mudança com a ingestão de riboflavina, apresentaram uma recuperação significativa em suas habilidades motoras. Sem a carga tóxica associada ao consumo de carne vermelha, o corpo parece responder melhor aos tratamentos e pode reduzir a progressão dos sintomas motores (Coimbra, & Junqueira, 2003).
Como os neurônios dopaminérgicos na substância negra estão alterados, drogas como a L-DOPA são utilizadas. Suplementos que visam melhorar a atividade dopaminérgica no cérebro também podem ser utilizados.
Suplementos com atividade dopaminérgica
L-Tirosina:
Mecanismo: Precursor da dopamina; convertido em L-DOPA e, posteriormente, em dopamina.
Fontes alimentares: Carne, peixe, ovos, laticínios, nozes.
Eficácia: Potencial suporte para pacientes com deficiência leve, mas a eficácia em DP avançada é limitada.
Coenzima Q10:
Mecanismo: Antioxidante que protege mitocôndrias e pode reduzir o estresse oxidativo associado à perda de neurônios dopaminérgicos.
Evidência: Resultados mistos em estudos; mais eficaz em estágios iniciais.
Mucuna Pruriens (Feijão-da-Costa):
Mecanismo: Contém L-DOPA natural.
Eficácia: Pode melhorar os sintomas motores, especialmente em casos leves; menos efeitos colaterais que levodopa sintética.
Precaução: Deve ser usado sob orientação médica para evitar interações com medicamentos.
Vitamina D:
Mecanismo: Apoia a saúde neuronal e imunológica.
Evidência: Deficiência de vitamina D é comum em pacientes com DP; suplementação pode ser benéfica.
Magnésio:
Mecanismo: Auxilia na função neuromuscular e pode reduzir rigidez.
Fontes alimentares: Sementes, nozes, vegetais verdes.
Curcumina:
Mecanismo: Anti-inflamatório e antioxidante.
Benefícios: Potencial neuroproteção e suporte contra a degeneração dopaminérgica.
Omega-3:
Mecanismo: Reduz inflamação e apoia a saúde cerebral.
Benefícios: Pode melhorar o humor e reduzir a progressão da neurodegeneração.
Vitamina B6, B12 e Folato:
Mecanismo: Essenciais para o metabolismo da homocisteína, que está elevada em pacientes com DP em tratamento com levodopa.
Benefícios: Reduzem o risco de complicações cardiovasculares associadas ao aumento de homocisteína.
É importante ressaltar que qualquer mudança na dieta ou no uso de suplementos deve ser supervisionada nutricionista. Cada paciente tem uma genética diferente e os exames nos ajudam a entender qual paciente se beneficia de cada estratégia. Também é importante lembrar que a exclusão da carne vermelha (para redução de ferro e oxidação) deve ser compensada com fontes alternativas de proteínas e nutrientes, como peixes, ovos e leguminosas, para manter uma alimentação equilibrada.