Efeitos dos adoçantes na microbiota intestinal

Com o aumento do uso de adoçantes como alternativas ao açúcar, cientistas têm se preocupado com o impacto desses compostos na saúde intestinal. O artigo Effects of Sweeteners on the Gut Microbiota: A Review of Experimental Studies and Clinical Trials explora como diferentes tipos de adoçantes – tanto artificiais quanto naturais – afetam a microbiota intestinal, que é essencial para a digestão, imunidade e saúde geral.

A pesquisa revisou estudos experimentais e ensaios clínicos que investigaram adoçantes comuns como aspartame, sacarina, sucralose e adoçantes naturais como estévia. Os resultados mostraram que muitos adoçantes artificiais (especialmente sacarina, aspartame e sucralose) podem alterar o equilíbrio da microbiota intestinal, promovendo o crescimento de bactérias potencialmente prejudiciais e reduzindo as bactérias benéficas (Ruiz-Ojeda et al., 2019).

Essas mudanças podem contribuir para problemas como inflamação, alteração da estrutura e a função da mucosa intestinal, com aumento da permeabilidade, do risco de obesidade e distúrbios metabólicos (Hasseini et al., 2023).

Adoçantes também podem aumentar a capacidade das bactérias produzirem biofilme (como se fosse um escudo), facilitando a invasão e morte do epitélio intestinal, inclusive tranformando bactérias simbiontes em patogênicas, uma vez que pode ocorrer translocação (Shil, & Ghichger, 2021).

Adoçantes Naturais: Uma Alternativa Melhor?

Embora os adoçantes naturais, como a estévia e o xilitol, sejam vistos como opções mais saudáveis, o artigo destaca que seus efeitos também não são completamente inofensivos. Estudos mostraram que mesmo esses adoçantes podem causar alterações na microbiota intestinal, embora de maneira menos prejudicial que os adoçantes artificiais.

A revisão conclui que, apesar de serem alternativas ao açúcar, os adoçantes não são completamente neutros em termos de saúde intestinal. Mesmo adoçantes naturais como estévia e xilitol causam alterações na microbiota que podem impactar desde o metabolismo até o sistema imunológico. No entanto, mais estudos clínicos em humanos são necessários para entender melhor os impactos de longo prazo.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/