Biodisponibilidade refere-se à fração de um nutriente que chega ao órgão alvo para exercer suas funções. Esta disponibilidade depende de vários fatores, como:
Tipo de nutriente
Tipo de ligação que a molécula faz
Quantidade consumida
Matriz na qual está incorporado
Presença de atenuantes ou facilitadores da absorção ou bioconversão
Em um suplemento, a absorção de nutrientes pode ser maior ou menor. Observe se:
Há vitaminas e minerais de característica lipossolúvel juntos com hidrossolúveis, o que inviabiliza a absorção de vários deles.
A maior parte dos minerais está na forma de quelato/quelado, evitando interação entre eles e consequente baixa biodisponibilidade.
A proporção 2:1 de cálcio/magnésio é respeitada.
A proporção 4:1 de ferro/zinco é respeitada.
A proporção de 15:1 de zinco/cobre é respeitada.
Em exames laboratoriais, ao pedir o zinco, também avalie o cobre e calcule a relação zinco/cobre.
Zinco e cobre devem estar em sinergia, pois ambos são essenciais para a atividade da enzima superóxido dismutase.
Contudo, sempre que suplementamos zinco ou cobre, é preciso monitorar seus valores, pois ele competem entre si. Uma boa relação zinco/cobre é em torno de 1, ou seja, ter níveis de zinco e cobre em torno de 95 a 110 ug/dL.
É bem comum ver mulheres sob uso de anticoncepcionais ou pessoas inflamadas com níveis elevados de cobre, em desproporção ao zinco. Por isso, é preciso remover as causas dessa desproporção e sempre que necessário ajustar a suplementação e oferecer alimentos ricos em zinco.
O perfil de cobre/zinco é uma ferramenta excelente para determinar o estado imune e a ingestão nutricional e/ou absorção de zinco e cobre. O zinco é necessário para o bom funcionamento do sistema imunológico. Este oligoelemento essencial é necessário para a atividade de mais de 300 enzimas e está envolvido na maioria das principais vias metabólicas.
Os oligoelementos, ou microelementos, são estruturas fundamentais para que o organismo funcione regularmente. Eles são considerados elementos essenciais e são vitais para o corpo, mesmo que em pequenas quantidades. Ainda, a maioria deles não é produzida naturalmente pelo organismo.
O termo “oligo” significa pouco, associado a pouca quantidade. A nomenclatura faz referência às baixas concentrações necessárias, porém relevantes para diversos processos do organismo.
O sistema imunológico depende de zinco em quase todos os aspectos. O zinco tem uma relação inversa com o cobre no corpo. Isto significa que, quando o zinco está baixo, o cobre está alto e vice-versa. Níveis adequados de cobre são essenciais para o crescimento de novos vasos sanguíneos, cicatrização de feridas e recuperação de ataques cardíacos e derrames. Quando os níveis estão levemente acima do nível fisiologicamente normal, o cobre pode ser tóxico. Qualquer anormalidade leve ou comprometimento da função hepática pode levar a excesso de cobre.
Suplementação crônica de zinco (mesmo em doses baixas, como 18,5 mg por dia), durante duas semanas já induz deficiência de cobre em adultos. Crianças com autismo têm sido suplementada com doses muito elevadas (as vezes 100 mg por dia ou mais). Por outro lado, doses muito altas de zinco por mais de um ano para fortalecer o sistema imunológico. Sempre avalie cobre. Um pai que deu 50 mg de zinco por dia a seu filho relatou que o cabelo do seu filho estava começando a virar cinza.
O melhor livro em lingua portuguesa sobre disponibilidade de nutrientes é o da doutora Silvia Cozzolino, disponível aqui.