Em estudos de longevidade, os cientistas têm se interessado mais pelos potenciais benefícios antienvelhecimento da rapamicina. Atualmente, esse medicamento está sendo usado para tratar doenças pulmonares específicas, prevenir a rejeição de transplantes de órgãos.
Descobriu-se que a rapamicina prolonga a vida útil de camundongos em um experimento em 2009. Desde então, vários estudos clínicos têm tentado descobrir a contribuição exata e a função da rapamicina na longevidade e no tratamento de doenças relacionadas à idade.
A rapamicina (também conhecida como Sirolimus) é um composto liberado pela bactéria Streptomyces hygroscopicus. A substância foi isolada pela primeira vez de uma amostra de solo encontrada na Ilha de Páscoa em 1972. O nome “rapamicina”, na verdade, veio da palavra Rapa Nui, que é o nome nativo da ilha.
O composto foi originalmente usado como antifúngico; no entanto, atualmente é comumente usado como imunossupressor em clínicas, o que ajuda a prevenir a rejeição de órgãos durante a cirurgia de transplante. Além disso, a rapamicina também é usada como um antiproliferativo que potencialmente inibe o crescimento celular, incluindo o crescimento de células malignas ou cancerígenas.
Como funciona a rapamicina?
Descobriu-se que a rapamicina funciona como um bloqueador de células para impedi-las de crescer e se multiplicar. Consequentemente, torna-se um medicamento eficaz na prevenção de células cancerígenas de se espalharem no corpo.
O composto pode interromper o crescimento celular promovendo a inibição do alvo mamífero da rapamicina (mTOR). mTOR refere-se a uma via de sinalização que contribui para a síntese celular e metabolismo - basicamente, a rapamicina pode interromper mTOR [3].
A via mTOR é conhecida por estar envolvida em vários tipos de câncer e na doença de Alzheimer. Alguns pesquisadores acreditam que poderia ajudar a combater o estresse oxidativo em situações em que se observa disfunção mitocondrial, como o autismo e o próprio envelhecimento. Contudo, estudos nestas áreas estão apenas no início.
Em termos de longevidade, descobriu-se que a rapamicina aumenta a autofagia, que é um processo que remove componentes desnecessários, anormais e danificados dentro das células e evita o estresse oxidativo, mantendo as células saudáveis. Isto acontece justamente pela inibição do mTOR.
A capacidade da rapamicina de inibir o mTOR reduz a proliferação de tumores e induz apoptose de células cancerígenas. A indústria farmacêutica também tem investido em cremes à base de rapamicina, usados no tratamento de doenças da pele, como anomalias vasculares, angiofibroma facial e psoríase em crianças e adultos jovens. Além disso, acredita-se que a rapamicina também pode diminuir os sinais de envelhecimento na pele, incluindo manchas solares e rugas.
Possíveis efeitos colaterais do uso da rapamicina:
Prisão de ventre ou diarreia
Níveis elevados de colesterol ou lipídios
Anemia e fadiga
Pressão alta
Inchaço em mãos e pés
Enfraquecimento do sistema imune
Dor de cabeça
Febre e náusea
Dor no peito
Dor de estômago
Dores musculares
Tontura
Coágulos sanguíneos
AVC ou embolia pulmonar
Resistência à insulina
Inibição natural do mTOR
Produtos naturais derivados da dieta, incluindo curcumina, resveratrol, epigalocatequina galato (EGCG), genisteína,3-diindolilmetano (DIM) e cafeína, podem inibir a sinalização mTOR direta ou indiretamente (Zhou, Luo, & Huango, 2011).