Lácteos não são todos iguais. Muitos estudos mostram que o exagero no consumo de leite e queijo associa-se a maior incidência de câncer de próstata, fígado e pulmão. Um dos motivos é que a composição de cada alimento é diferente. O iogurte é fermentado por bactérias benéficas que modulam a composição da microbiota intestinal, favorece o aumento de butirato e CLA, com efeitos antinflamatórios e anticancerígenos.
Mas não é qualquer iogurte que contém CLA. Precisa ser um iogurte integral, orgânico. Marcas light/diet, cheias de corantes, adoçantes e engrossados com farinhas não serão bons para a prevenção, nem para o tratamento do câncer. O ideal ainda é que o iogurte fosse produzido com leite A2A2, pois tem menor impacto em termos de aumento de marcadores inflamatórios, comparado ao leite A1A1, que contém beta-caseína e está mais associado a processos alérgicos.
Probióticos do iogurte
Embora o primeiro probiótico tenha sido descoberto em 1905, eles apenas ganharam a atenção da comunidade de saúde há poucas décadas. A maioria das pessoas pensa em bactérias como um germe ruim, como os que vemos nas propagandas de sabonetes para a lavagem das mãos. Contudo, existem muitas bactérias boas, chamadas probióticas que vivem em harmonia mem nosso corpo.
Às vezes, as bactérias ruins superam as boas, o que pode causar alguns problemas de saúde. Para corrigir isso, muitas pessoas tomam iogurtes e enviam-me mensagens perguntando se os mesmos são uma boa fonte de bactérias boas. Para quem ainda não conhece o conceito, probiótico é um microrganismo vivo que oferece benefícios à saúde. Sabemos que quanto mais diversificada nossa microbiota mais saudáveis tendemos a ser. As bactérias boas ajudam a regular a digestão, apoiam a função imunológica, mantém a inflamação sob controle, além de ajudar a combater bactérias ruins.
O iogurte é boa fonte de probiótico
Nem sempre. Há três coisas principais a ter em mente. A primeira é verificar se os probióticos contém “culturas ativas vivas”. A maioria dos iogurtes não contém pois foram pasteurizados e a alta temperatura acaba matando as bactérias após a fermentação. Por exemplo, leites fermentados podem declarar especificalmente algo como “contém lactobacillus vivos”.
Em segundo lugar, você quer ver quanto açúcar está incluído em uma porção; você não quer um alimento que tenha mais açúcar do que um pirulito! Por exemplo, o iogurte probiótico Activia contém probióticos vivos e algumas pessoas gostam mesmo do sabor. Isto porque pode conter até 13g de açúcar por porção (ou muito adoçante). Sempre busque iogurtes naturais ou iogurtes com menos de 6g por porção.
Outra questão é que a maior parte dos iogurtes contém apenas 1 ou 2 cepas de probióticos. Se puder achar um iogurte com mais cepas melhor. Por exemplo, aqui em Portugal há o iogurte da marca Fage com 5 cepas probióticas (L. Bulgaricus, S. Thermophilus, L. Acidophilus, Bifidus, L. Casei) e sem adição de açúcar.
Embora o iogurte seja um bom alimento inicial para não alérgicos à proteína do leite, existem as pessoas que não podem consumir laticínios. Estas pessoas podem consumir alimentos fermentados, que também possuem bactérias boas. Além disso, existem excelentes marcas de probióticos com mais de 100 cepas de bactérias amigas.