O açúcar causa cáries. Mas não só ele. Fosfatos também. Um estudo de 2017 avaliou 8.317 crianças com idade média de 10 anos. Os autores encontraram uma correlação significativa (p = 0.0008) entre a ingestão de fósforo dietético, mesmo com baixa ingestão de açúcar e a ocorrência de cárie dentária, independentemente dos níveis de vitamina D no plasma.
O fósforo ou fosfato está presente em alta concentração nos alimentos industrializados, ultra processados. Aparece na lista de ingredientes com nomes como ácido fosfórico, ácido orto-fosfórico, difosfato, fosfato monossódico, monofosfato de sódio, ortofosfato dissódico, fosfato dissódico, fosfato trissódico, fosfato dipotássico, fosfato monocálcioco, fosfato dicálcico, fosfato de amônio, fosfato di ou trimagnésico e por aí vai... O fosfato faz os alimentos e as bebidas durarem mais pois controla a quantidade de fungos e bactérias no produto. Mas também é um agente acidificante, associado à desmineralização óssea, maior risco de osteoporose e cáries.
Alguns pacientes chegam ao consultório relatando um consumo diário e alto de refrigerantes diet. Ou seja, uma dieta rica em fosfatos. Outros alimentos ultraprocessados também são problemáticos, incluindo carnes processadas (presunto, linguiça, salame etc), barras de cereais, bolachas, pão branco. O fermento químico usado na confecção de bolo, biscoito etc geralmente contém fosfato monocálcico. Você pode trocá-lo por bicarbonato de sódio puro.
Fonte: Dietary phosphorus burden increases cariogenesis independent of vitamin D uptake. J Steroid Biochem Mol Biol. 2017 Mar;167:33-38.