Muitos pacientes chegam na consulta dizendo: comi carboidrato no almoço, não comi carboidrato no jantar etc. Como assim? O que a pessoa tomou no almoço? Um suplemento contendo glicose? Mas não, comeu arroz e feijão, ou batata, ou macarrão. Comeu comida. Batata não é carboidrato, é alimento, que contém fibras, vitaminas, minerais, água, proteína, lipídios e carboidratos também (complexos, por sinal). Acesse aqui a composição nutricional da batata.
É bom estarmos mais conscientes sobre a alimentação e a influência de determinados alimentos em nosso bem-estar. Mas sem paranóias. O estudo mostrado na imagem abaixo mostra justamente isso, que tanto quem exclui carboidratos, quanto quem exagera possui maior risco de mortalidade. Na pesquisa publicada na revista The Lancet mais de 15mil adultos foram acompanhados por 25 anos. Como resultado, tanto o baixo consumo de carboidratos (< 40% do total energético) quanto o alto consumo (>70%) estavam relacionados com o aumento do risco de morte, enquanto a menor mortalidade associava-se ao consumo moderado (~50% do valor energético) de carboidratos (Seidelmann et al., 2018).
Geralmente quem consome carboidratos demais está aumentando muito o consumo de carboidratos refinados (refrigerantes, sucos, doces, alimentos ultraprocessados) e quem exclui muito também está reduzindo muito carboidratos bons presentes em frutas, verduras, legumes, leguminosas. Então, minha gente, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. A moderação com qualidade, alimentos in natura e adequados às suas necessidades é a chave do sucesso.