A resposta a esta pergunta infelizmente é não. Nossos hábitos alimentares não são simples. Os mesmos são desenvolvidos ao longo dos anos e estão relacionados a um complexo sistema cultural repleto de símbolos, significados e classificações. Muitas variáveis se somam para determinar nossas escolhas alimentares, como por exemplo, o preço do alimento, seu sabor, valor nutricional, aparência e condição higiênica. Além disso, aspectos biológicos, socioculturais, antropológicos, econômicos e psicológicos também estão envolvidos.
A adesão a uma nova dieta depende de fatores pessoais, cognitivos, interpessoais. Por isto, é mais que o cumprimento de orientações. Significa o compromisso de colaborar ativamente com um tratamento que foi proposto de mútuo acordo entre o cliente e o profissional de saúde, com a finalidade de produzir o resultado desejado. É uma parceria entre quem cuida e quem é cuidado.
No consultório, o atendimento individual costuma acontecer mensalmente, o que é adequado para uma série de indivíduos. Porém, outras pessoas precisam de maior suporte social, para que possam compartilhar o dia a dia, suas atitudes, crenças e desafios durante o tratamento. Assim, o acompanhamento com maior frequência ou mesmo as consultas em grupos parecem mais efetivos, inclusive para o aprendizado de habilidades de automonitoramento e autogestão para a prevenção de recaídas.
Grupos de tratamento são então uma opção para aqueles que sentem mais dificuldade em seguir nas modificações de hábitos sozinhos. Os grupos consistem em espaços solidários que permitem acesso à informação, troca de experiências, intercâmbio de motivações, apoio mútuo e interações que conduzem a superação de dificuldades comuns.