Novo artigo da nutrition today discute mitos da saúde oral nas diversas fases da vida.
Mito 1: As consequências da saúde oral ruim ficam restritas à boca
Isto não é verdade. O que a gestante consome, por exemplo, é essencial ao desenvolvimento da dentição do feto. Uma alimentação inadequada nesta fase aumenta o risco de cáries dentárias e outros problemas bucais na criança anos após o nascimento. A dieta deficiente nas vitaminas B6 e B12 aumenta o risco de má formação do palato.
A cárie é a doença mais comum na infância (5 vezes mais prevalentes do que a asma)! Além disso, se a criança apresenta dores de dentes sua concentração na escola diminui e seu aprendizado é prejudicado. Outro problema é que com dor a criança passa a optar por alimentos que não exigem tanta mastigação como iogurtes, balas (é só chupar), chocolates (derrete na boca), sorvetes e salgadinhos ou massas, que são mais moles e pobres em fibras. Tais alimentos não são tão nutritivos quanto frutas e verduras. Por isto, as complicações orais podem contribuir para o ganho de peso, deficiências nutricionais e doenças crônico-degenerativas a longo prazo.
Mito 2: Quanto mais açucarada a dieta maior é o número de cáries
Nem sempre, já que o problema não é a quantidade de açúcar na dieta mas sim o tempo que este açúcar permanece em contato com os dentes. Se a criança come um doce mas escova os dentes não há tanto problema quanto tomar um refrigerante ou comer alimentos ricos em carboidratos e que podem permanecer grudados nos dentes como os salgadinhos de pacote. Quando não há higienização as bactérias passam a digerir estes açúcar produzindo ácidos que danificam os dentes.
Mito 3: Cáries na infância não são preocupantes já que os dentes de leite serão substituídos por dentes permanentes
O problema é que a perda da dentição precocemente prejudica o desenvolvimento da coroa dos dentes permanentes. Além disso, o dente permanente tem maior chance de nascer mal posicionado por falta de espaço entre os demais dentes de leite.
Mito 4: A osteoporose afeta apenas a espinha e os quadris
Não! A osteoporose também conduz a perda de dente já que os ossos estão ancorados nos ossos da face, que também podem ser afetados. A mandíbula e outros ossos da face estão constantemente se renovando durante a vida. Para isso uma dieta adequada é fundamental. Nutrientes importantes aos ossos ou para seu perfeito metabolismo incluem cálcio, vitamina D, magnésio, cobre, zinco, manganês, boro, vitamina K, vitamina C, silício.
Mito 5: Dentaduras melhoram a saúde oral
Nem sempre, se as próteses não estiverem bem ajustadas a pessoa acaba optando pelos alimentos de mais fácil mastigação como massas e bolos. Se você cuida de um idoso fique atento ao posicionamento das dentaduras, se o indivíduo tem dificuldade de mastigação ou se sente desconforto. Enquanto a prótese não é substituída ajude-o a preparar alimentos mais nutritivos e de fácil mastigação como purês de legumes e de frutas, sopas, sucos batidos com vegetais, carnes moídas e macias.
Mito 6: Cáries são problemas exclusivos de crianças
Adultos também podem ter cáries. Além da higienização inadequada o uso de drogas como antidepressivos, diuréticos, antihistamínicos e sedativos aumentam o risco de cáries pois diminuem a produção de saliva. A mesma é importante para limpar a cavidade bucal com maior velocidade. Neste caso, um maior consumo hídrico é fundamental. Indivíduos que passaram por cirurgias de estômago ou intestino também podem absorver menos os nutrientes importantes para a saúde dentária e também para a produção de saliva. Indivíduos diabéticos também precisam dar mais atenção à higienização visto que o risco de doenças periodontais dobra neste caso. E, é um ciclo vicioso já que as doenças periodontais dificultam o controle do diabetes.
Referência:
Palmer et al. It's More Than Just Candy : Important Relationships Between Nutrition and Oral Health. Nutrition Today, 2010; 45 (4): 154. Disponível em Nursing Center.com