O colesterol total em nosso sangue é transportado por estruturas denominadas lipoproteínas (ver figura). Exemplos são a lipoproteína de baixa densidade ou LDL, conhecida vulgarmente como "colesterol ruim" e a lipoproteína de alta densidade ou HDL, conhecida como "colesterol bom". Como regra geral, quanto menor for a concentração de LDL e quanto maior for a quantidade de HDL, melhor.
Porém um novo estudo, apresentado no 234º encontro nacional da sociedade americana de química, indica que o HDL também pode sofrer modificações em sua estrutura, tornando-o "ruim" para nosso coração. Há algum tempo os cientistas suspeitam que o dito colesterol bom ou HDL pode ocorrer em formas não funcionais que perdem seu efeito de proteção. Proteínas específicas do HDL são responsáveis pela proteção conferida pela lipoproteína. Os novos achados servirão para criar testes laboratoriais mais sensíveis, acredita o pesquisador responsável pelo estudo, Dr. Jay Heinecke, da escola de medicina da Universidade de Washington em Seattle.
O HDL, cuja principal função é a remoção do colesterol das paredes das artérias, também parece ter propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Pelo menos 48 proteínas fazem parte de sua composição. Algumas destas proteínas parecem prevenir a ruptura das placas ateroscleróticas. A ruptura das placas seguida da formação de coágulos, causa a maioria dos infartos. Porém, o que o estudo demonstrou é que outros componentes do HDL tem potenciais efeitos destrutivos promovendo o acúmulo de colesterol e inibindo os efeitos protetores das outras proteínas. Muito ainda deve ser estudado até que possamos compreender totalmente os papéis das lipoproteínas.
Enquanto isto, parece que a elevação do HDL no sangue, especialmente com o uso de medicamentos pode até aumentar o risco cardiovascular e de mortes associadas, diz o Dr. Heinecke, que acrescenta que as estratégias para o combate e prevenção das doenças cardiovasculares devem sempre passar pela adesão à atividade física, à dieta balanceada e quando necessário, o uso de drogas que diminuam a concentração de LDL no sangue.
O artigo discutido hoje, TOXI 125, foi apresentado durante o simpósio "Mass Spectrometry of DNA and Protein Damages."
Para saber mais: American Chemical Society
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