Quase metade das pessoas magras possuem excesso de gordura visceral

O peso não é um bom marcador de saúde. Podemos encontrar pessoas com peso elevado pois possuem ossos pesados e muita massa muscular e pessoas mais leves mas com pouco músculo e muita gordura acumulada.

Quando esta gordura acumula-se na região visceral (entre os órgãos) o risco cardiometabólico aumenta. Estima-se que até 45% das pessoas magras tenham alterações metabólicas comuns em indivíduos obesos (Ding, Chan, & Magkos, 2016).

Entre as alterações encontradas mesmo em indivíduos magros destacam-se o aumento:

  • de tecido adiposo,

  • do conteúdo de gordura no fígado e no músculo,

  • do tamanho das células adiposas,

  • de citocinas inflamatórias.

A estes aumentos frequentemente associa-se a redução de massa magra e da capacidade cardiorespiratória. Ser magro não é garantia de saúde. Dieta saudável e atividade física regular são importantes para todas as pessoas, não só para aqueles com facilidade de ganho de peso.

Homens magros mas com diferentes percentuais de gordura

Pessoas com tecido adiposo disfuncional são mais inflamadas e quanto mais inflamada, maior o risco de resistência insulínica e diabetes em fases posteriores da vida. Está com dor ou excesso de gordura abdominal? Avalie a resistência insulínica. Em indivíduos magros dificilmente a glicemia em jejum ou mesmo insulinemia em jejum estará alterada. Precisaremos de outros exames para entender o que está acontecendo.

Como avaliar se há sensibilidade ou resistência à insulina?

  • Para avaliação da atividade das células beta pancreáticas (mais utilizado): insulina em jejum, peptídeo C (padrão ouro), curva insulínica após sobrecarga de glicose (TTOG 75g).

  • Para avaliação da ação da insulina nos tecidos-alvo: clamp euglicêmico-hiperinsulinêmico (padrão-ouro, exame invasivo, mais usado em estudos) e métodos indiretos com cálculos estáticos (HOMA-B, HOMA-IR) ou dinâmicos (Park, Gautier, & Chon, 2021; Magkos et al., 2022).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/