Nosso corpo acha muito fácil produzir energia a partir de açúcar (glicose). Contudo, o consumo excessivo de massas, doces, cereais, refrigerantes fez com que muitas pessoas desenvolvem-se intolerância à glicose. Sentem-se sem energia mesmo estando gordas, o raciocínio piorou e, ao longo do tempo, o risco de complicações metabólicas e doenças.
Para evitar diabetes, dislipidemias, esteatose hepática e até Alzheimer é fundamental garantir flexibilidade metabólica, restaurando a capacidade mitocondrial de produção de energia. Uma forma de fazer isso é entrando em cetose.
O que é cetose?
A cetose é um estado metabólico caracterizado pela elevação dos níveis de corpos cetônicos no corpo. A cetose pode ajudar a tratar a epilepsia, a restaurar a memória, contribui para a perda de peso e controle das taxas de açúcar no sangue. A produção de corpos cetônicos (acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona) pode ser induzida de algumas formas:
Jejum. Depois que os estoques de glicogênio são esgotados durante o jejum prolongado, níveis mais baixos de insulina circulante sinalizam a lipólise (queima de gordura) do tecido adiposo, resultando em um aumento nos ácidos graxos livres circulantes e cetogênese. Os ácidos graxos são transportados para as mitocôndrias do fígado para a síntese dos corpos cetônicos acetoacetato, β-hidroxibutirato e, em menor grau, acetona (vai para os pulmões e é eliminada pela respiração). Os corpos cetônicos são então transportados para fora da mitocôndria, entrando na circulação e chegando a tecidos como coração e cérebro, onde (em suas mitocôndrias) serão convertidos em acetil CoA, entrarão no ciclo do ácido cítrico (TCA) para a produção de ATP, e o NADH e FADH2 resultantes facilitam a produção de energia por meio da cadeia de transporte de elétrons. Mais corpos cetônicos serão produzidos se, além de jejum, a pessoa fizer atividade física.
Outra forma de entrar em cetose é adotando a dieta cetogênica. Consumir pouco carboidrato e muita gordura levará à uma resultado semelhante ao do jejum, com aumento dos ácidos graxos circulantes e redução da secreção de insulina pelo pâncreas. Durante a dieta cetogênica, tanto os ácidos graxos exógenos quanto os endógenos são destinados à cetogênese (produção de corpos cetônicos).
A suplementação de triglicerídeos de cadeia média (TCM) também facilita a entrada em cetose. Os TCM são absorvidos pelo lúmen intestinal e entram rapidamente no fígado pela veia porta, ignorando o sistema linfático e a circulação periférica. Rapidamente são convertidos em acetil CoA para a produção de corpos cetônicos no fígado.
Por fim, podemos suplementar diretamente ésteres β-hidroxibutirato que serão convertidos, no intestino, em β-hidroxibutirato e 1,3 butanodiol. Ambos os produtos entram no fígado pela veia porta, entram nas mitocôndrias no nível de β-hidroxibutirato ou acetoacetato da cetogênese e entram na circulação como β-hidroxibutirato e acetoacetato. O β-hidroxibutirato é o principal corpo cetônico responsável pelas mudanças metabólicas que ocorrem com o processo de cetose. Acelera metabolismo, muda os genes para ativar queima de gordura. O acetoacetato vai para a urina, podendo ser medida também ali.
Como saber se entrei em cetose?
Você precisará avaliar os corpos cetônicos na urina ou no sangue (mais preciso). Para medir no sangue você precisará de um monitor como o FreeStyle Optium Neo da Abbott. O que esperar do resultado sanguíneo? Se você estava consumindo maiores teores de carboidratos não estará em cetose nas primeiras vezes que testar. Seus níveis de corpos cetônicos estarão próximos a zero.
A partir de 0,5 a 0,6 mmol/L estará em uma cetose leve
Entre 0,7 e 1,5 mmol/L está em cetose moderada uma leitura normal. Tratamento de diabetes e transtornos de humor geralmente com níveis de cetose de 1,5 mmol/L.
De 1,6 a 2,5 mmol/L está com excelentes níveis de corpos cetônicos no sangue e maior facilidade de perda de peso, compulsão alimentar e controle de crises epiléticas. Enxaqueca costuma sumir com cetose de aproximadamente 2,5. Compulsão alimentar costuma reduzir com cetose entre 1,6 e 2,0.
A partir de 2,5 mmol/L o risco de desequilíbrio e cetoacidose é maior e o acompanhamento médico é imprescindível. Mais corpos cetônicos não quer dizer melhor controle metabólico. Pelo contrário. A cetoacidose associa-se a perda de massa óssea, taquicardia, insônia, problemas renais, fraqueza muscular, inanição, náuseas, vômitos. Mulheres amamentando devem tomar muito cuidado pois entram em cetose mais fácil já que estão queimando muita gordura para produzir o leite materno. Devem medir os corpos cetônicos sempre, seja no sangue, seja na urina..
DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos)
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