Cortisol e depressão

Você acorda atrasado, pula da cama, pega trânsito, come mal e já chega ao trabalho estressado? Pois é, muita gente já apresenta um pico de cortisol logo cedo. Cortisol alto e serotonina baixas são ultra comuns em pessoas com depressão.

O cortisol é um hormônio produzido pelas glândulas supra-renais, que são as pequenas glândulas endócrinas que ficam no topo dos nossos rins. É secretado pelo corpo em resposta ao estresse e um dos hormônios envolvidos na resposta de luta ou fuga.

No curto prazo, a liberação de cortisol tem muitos benefícios. Ele nos prepara para desafios físicos e emocionais, gera explosões de energia e dispara picos de atividade imunológica quando somos confrontados com vírus, bactérias e fungos.

No entanto, a produção de cortisol se torna problemática quando você está exposto a estresse prolongado. Níveis elevados de cortisol podem resultar ao longo do tempo em aumento da glicose sanguínea, elevação da pressão arterial, capacidade reduzida de combater infecções e aumento do armazenamento de gordura no corpo. Com isso, o risco de doenças como diabetes, doenças cardíacas e derrame aumenta.

Em pessoas que vivem com depressão, o cortisol tende a atingir o pico no início da manhã e não diminui ao longo do dia. Pelo contrário, novos picos podem ocorrer e essa disfunção de cortisol torna o corpo resistente aos seus efeitos positivos. A inflamação aumenta, a dor, a fome, o estoque de gordura, os problemas de memória e o cansaço também.

O primeiro passo é adotar estratégias para redução do estresse. Dormir mais cedo para não acordar correndo, fazer atividade física, terapia, comer bem, usar suplementos que ajudem na redução do cortisol (Ashwagandha, Rhodiola, camomila, vitamina C), ouvir música relaxante, receber massagem, manter um diário, meditar, pintar, tomar sol, entrar em contato com a natureza, tudo isso ajuda. Não existe uma pílula mágica no tratamento da depressão. A melhoria depende de modificações no estilo de vida. Remédios podem prevenir pioras, podem aumentar serotonina (hormônio do bem estar) mas não curam a doença. O conjunto de estratégias torna o caminho de recuperação mais fácil e rápido. Busque ajuda!

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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