Não existe milagre no tratamento do autismo

O autismo é um transtorno complexo e seu tratamento envolve terapias (a mais indicada costuma ser a ABA), acompanhamento com fonoaudiólogo, integração sensorial com terapeuta ocupacional, neurologista para avaliação da necessidade de medicação, psicólogo, educadores e nutricionistas. Muitas pessoas procuram-me para conversar sobre a suplementação. Veja, qualquer pessoa, autista ou não, com carências nutricionais beneficia-se de suplementação. Qualquer pessoa, autista ou não, com alergias ou intolerâncias alimentares beneficia-se da exclusão do que o corpo não aceita. Tratamos então, dentro da nutrição, a pessoa e sua individualidade e não o autismo. Agora, o acompanhamento nutricional não cura o autismo e nem substitui as outras intervenções. Dito isso, podemos começar.

Alimentação e autismo

A alimentação da criança com autismo pode ser desafiadora para a família e para os profissionais que acompanham o desenvolvimento infantil. Sem nutrientes, não há fabricação de neurotransmissores, hormônios, enzimas, anticorpos. Sem nutrientes o metabolismo muda. Muitas pessoas com autismo apresentam seletividade alimentar. Uma criança que aceita apenas nuggets ou apenas arroz apresentará carências nutricionais que podem sim comprometer crescimento, desenvolvimento, aprendizagem.

A seletividade é influenciada por alterações sensoriais, que geram resistência à novos aromas, texturas, cores e assim por diante. O tratamento envolve aproximações sucessivas, lentas, de forma calma, em um ambiente descontraído. A perseverança é muito importante e o processo pode ser auxiliado por fonoaudiólogo ou terapeutas ocupacionais especialistas na questão. Claro, enquanto não come a criança beneficia-se da suplementação dos nutrientes que estejam carentes na dieta.

Com paciência e persistência, pessoas com autismo acabam se habituando e aceitando novos alimentos. Não desista pois com os nutrientes adequados a criança dormirá melhor, ficará menos agitada ou irritada. Se precisar procure um gastro e faça testes de alergias alimentares ou um exame nutrigenético que possa auxiliar na melhor compreensão do metabolismo da criança. Se ela chora muito após a alimentação pode estar tendo desconfortos gastrointestinais que acabam aumentando a rejeição a certos alimentos.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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