Doença Celíaca e sensibilidade ao glúten não celíaca aumentam a dificuldade para engravidar

A doença celíaca é uma doença do intestino delgado caracterizada por má-absorção de nutrientes e lesão da mucosa intestinal quando há consumo de glúten. Existem pessoas que não possuem doença celíaca mas inflamam-se e também apresentam dificuldades absortivas quando consomem glúten. Neste caso há uma sensibilidade ao glúten não celíaca. Nos dois casos são comuns carências nutricionais como zinco, ferro, cálcio, magnésio, vitaminas do complexo B. E estes nutrientes influenciam a fertilidade. Por exemplo, quando falta vitamina B9 a função ovulatória e o processo de implantação do óvulo no útero são prejudicados. Por exemplo, mulheres com carência de B9 que tentam a reprodução assistida dificilmente alcançam o resultado desejado (gravidez e manutenção dela).

O glúten é encontrado no trigo, cevada e centeio. O consumo de alimentos com glúten pode causar dor, movimentos intestinais irregulares, carências de micronutrientes. O tratamento inclui então a exclusão do glúten, a melhoria da dieta e a suplementação dos nutrientes essenciais à fertilidade. Estes nutrientes precisam também ser suplementados na forma correta. Mulheres sem polimorfismos do gene MTHFR podem receber ácido fólico. Já as que possuem polimorfismos genéticos precisarão receber a vitamina na forma de metilfolato. Um exame interessante é a homocisteína, que aumenta quando falta falta B9, aumenta o estresse oxidativo e prejudica o funcionamento ovariano, com regressão do corpo lúteo.

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O corpo lúteo, também conhecido como corpo amarelo, é uma estrutura que se forma logo após o período fértil e que tem como objetivo dar suporte ao embrião e favorecer a gravidez, isso porque estimula a produção de hormônios que favorecem o espessamento do endométrio, tornando-o adequado para que haja a implantação do embrião no útero.

Com homocisteína alta (acima de 8) os níveis de progesterona diminuem e fica difícil sustentar a gestação. O consumo de folato também pode ser avaliado com exames de sangue. O zinco também precisa ser dosado pois sua deficiência prejudica a absorção de folato. Em geral, mulheres que tomaram anticoncepcional por muito tempo tendem a ter deficiência de zinco e precisam receber suplementação.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/