Autocuidado como arma contra a excessiva medicalização e dependência dos serviços de saúde

Vivemos em sociedade que está cada vez mais medicalizada - uso exagerado, muitas vezes sem necessidade. Temos que pensar na saúde de forma holística. Não adianta curar o estômago e estragar o intestino ou o cérebro. E isso é muito comum de acontecer, principalmente em quem usa vários medicamentos. Para reduzir efeitos colaterais as pessoas devem ser capazes de se autocuidar, resolvendo situações corriqueiras, aliviando sintomas (como dores de cabeça), prevenindo doenças e que estas se cronifiquem.

Não é objetivo da desmedicalização deixar as pessoas sem assistência adequada, mas apenas reduzir a dependência dos profissionais e serviços de saúde, assim como diminuir o uso inadequado de drogas e seus efeitos negativos. Uma das possibilidades é a aromaterapia, que é uma forma de cura pelo olfato. Para tanto, cada pessoa deve aprender a ouvir o próprio corpo e a cuidar dele do jeito mais natural possível.

A Organização Mundial de Saúde define autocuidado como a capacidade de indivíduos, famílias e comunidades para promover a saúde, prevenir as doenças e manter-se saudável e cooperar com a doença e incapacidades com ou sem o apoio do prestador de cuidados de saúde (Webber, Guo e Mann, 2013). Só que sem informação adequada ninguém consegue cuidar de verdade da própria saúde. Por isso, a educação é tão importante.

Algumas práticas integrativas e complementares contribuem muito para o autocuidado. Aprenda mais sobre elas:

Aromaterapia

A aromaterapia é uma terapia holística, um dos ramos da fitoterapia e uma alternativa aos métodos convencionais da medicina. Tem como objetivo prevenir problemas de saúde e trazer alívio a sintomas de doenças por meio da “terapia dos aromas”. Para isso, a aromaterapia utiliza os óleos essenciais, que são compostos orgânicos voláteis extraídos das plantas (de suas flores, frutos, sementes, folhas e raízes, entre outras partes das plantas), responsáveis pelo aroma de algumas espécies. Estes óleos são muito concentrados e possuem a capacidade de penetrar no nosso corpo através da pele ou do olfato, atingindo a corrente sanguínea e exercendo seus efeitos. Por serem muito concentrados são necessários cuidados no uso destes óleos.

Yoga

Os principais benefícios do yoga para o campo da saúde são: encorajamento de uma alimentação e saudável, maior consciência corporal, desenvolvimento da capacidade contemplativa e expansão da percepção da totalidade, prática da não violência, reeducação de hábitos associados com os vícios (medicação, alimentação excessivo, álcool, tabaco, trabalho, sexo, drogas ilegais, jogo, etc.) (Siegel, 2010), redução da ansiedade e dos sintomas depressivos.

Ayurveda

A palavra ayurveda vem das raízes em sânscrito ayuh, que significa “longevidade”, e veda, “conhecimento”. Muito praticada na Índia, a ayurveda se baseia na crença de que o corpo humano representa o universo inteiro em um microcosmo e que a chave para a saúde é manter um equilíbrio entre o corpo microcósmico e o mundo macrocósmico. A medicina Ayurvédica é parte da ciência védica e utiliza na sua abordagem terapêutica de autocuidados plantas medicinais, dieta, exercícios físicos, meditação, yoga, massagens, aromaterapia, psicologia.

Fitoterapia

Utilizar as propriedades das plantas como cura para doenças é uma das mais antigas práticas terapêuticas da humanidade. Acredita-se que a ideia de utilizar plantas como tratamento de saúde tenha surgido a partir da observação da natureza e do comportamento dos animais.

Apesar das fórmulas produzidas a partir de plantas in natura ou manipuladas serem produzidas há milênios, somente em 1976 a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu essa prática.

No Brasil, a legitimação dos fitoterápicos como tratamento seguro e eficaz ocorreu ainda mais tarde. Apenas em 2006, por meio da Portaria 971, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi instituída pelo governo federal. Três anos depois, foi criado também o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.

Informe-se, aprenda a cuidar-se e torne-se mais independente e capaz em relação à sua saúde, de sua família e sua comunidade.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/