A testosterona é o principal hormônio sexual masculino. Desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de tecidos reprodutores masculinos, como testículos e próstata, no amadurecimento ósseo, crescimento de pelos, na libido e vitalidade. Níveis insuficientes de testosterona nos homens podem levar a anormalidades, incluindo fragilidade e perda óssea, perda de massa muscular e força, diminuição da libido e interesse sexual, piora na qualidade do sêmen e redução da fertilidade, mudança de humor, queda na disposição e motivação, problemas cognitivos, prejuízos na concentração e memória, cansaço e fadiga excessiva, medo, redução na autoconfiança.
Fatores relacionados à queda da testosterona
Obesidade, sedentarismo, estresse
Efeitos colaterais de medicamentos
Má alimentação e carências nutricionais
Diabetes e síndrome metabólica
Álcool e tabagismo
Envelhecimento (queda de 1% ao ano a partir dos 40 anos)
Consumo baixo ou exagerado de proteína - Estudo mostrou que proteína não pode faltar. Mas, ao mesmo tempo, dietas com altíssimos níveis de proteína, excedendo 3,4g/kg/dia, foram associadas à redução nos níveis de testosterona, possivelmente devido ao estresse no ciclo da ureia e acúmulo de amônia (Whittaker, 2023).
Estresse excessivo reduz DHEA, testosterona, progesterona e estrogênio, pois há desvio metabólico com produção de outros hormônios
Problemas de baixa fertilidade afetam muitos casais e, em 30% dos casos, o problema deve-se à questões relacionadas à produção de testosterona ou maturação de espermatozóides. Cuidar da saúde é fundamental. Sem ela, a fertilidade cai. Por exemplo, a obesidade masculina associa-se a mudanças epigenéticas que prejudicam a motilidade dos espermatozóides, com impactos negativos na fertilidade. Alguns alimentos podem ajudar a melhorar a fertilidade, a qualidade ou número dos espermatozóides aptos e também os níveis hormonais. Três estudos publicados em 2019 mostraram que a dieta de padrão ocidental (rica em açúcares, gordura saturada, carnes vermelhas e processadas e alimentos industrializados) interfere negativamente na qualidade do espermograma e nos níveis de hormônios sexuais (Ognjenovic et al., 2019; Natt et al., 2019; Ricci et al., 2019).
Uso de hormônios
Uma forma de aumentar a testosterona é com o uso de hormônios. Contudo, este uso deve ser criterioso e acompanhado por médico. Isto porque a testosterona age no sistema límbico aumentando agressividade e impulsividade. Cueva e colaboradores (2015), verificaram que após uso de testosterona em gel transdérmico, empresários faziam investimentos mais arriscados. mais decisões de risco em simulações de investimentos financeiros. Lundholm e colaboradores (2015) mostraram maior tendência de presidiários a cometerem crimes violentos quando os níveis de testosterona eram maiores. O uso sem indicação de testosterona pode aumentar comportamentos agressivos, impulsivos, acidentes, que colocam em risco sua vida ou a de outras pessoas.
Equilíbrio natural da produção hormonal
Para a maior parte dos homens o uso de testosterona exógena não é indicado e o que precisaria mudar seria o estilo de vida, com a redução no consumo de álcool, abstenção do tabagismo, redução do estresse, perda de peso, controle dos níveis de açúcar no sangue, aumento da atividade física e adoção de uma dieta rica em nutrientes que favoreçam a produção hormonal. Se necessário converse com seu nutricionista sobre a suplementação que modula os níveis de hormônios naturalmente.
QUEDA DE ESTROGÊNIO TAMBÉM REDUZ LIBIDO
Nem sempre o responsável por queda da libido ou disfunção erétil é a testosterona. Estresse, uso de medicamentos, falta ou excesso de exercício, consumo exagerado de álcool e deficiência do estrogênio são alguns dos responsáveis por estas questões. O estrogênio é responsável por alguns dos sintomas de hipogonadismo (falta de testosterona), porque há uma enzima chamada aromatase, que converte a testosterona em estradiol e a androstenediona em estrona. Tanto os receptores de estradiol como da aromatase são abundantes no cérebro, no pênis e testículos, órgãos importantes para a função sexual, tanto o desejo sexual quanto a função erétil.
O estradiol em homens é essencial para a modulação da libido, a função erétil e espermatogênese (que é modulada por esse hormônio) - e, no caso do cérebro, o estradiol tem a síntese aumentada em áreas relacionadas para a excitação sexual. A testosterona regula desempenho físico, influencia a quantidade de massa corporal magra, tamanho muscular e força, mas são os níveis do estrogênio que regulam o acúmulo de gordura. Assim, se a baixa libido estiver associada a ganho de peso, é essencial verificar não somente o nível de testosterona, como também o de estradiol. Consulte um endocrinologista para saber direitinho o que está acontecendo, se é que o problema é a alteração hormonal.
Não existe milagre na saúde. Falta de sono, excesso de trabalho, dieta inadequada, tudo vai influenciar em sua vitalidade.