DHA e autismo

Alguns estudos de 2016 voltam a trazer resultados importantes acerca da suplementação de ômega-3 nos transtornos do espectro do autismo (TEAs). Estudos conduzidos nos Estados Unidos (Parletta, Niyonsenga e Duff, 2016) e no Canadá (Jory, 2016) mostraram que crianças com autismo possuem comumente carência de DHA, um tipo de gordura do tipo ômega-3, fundamental para o ótimo desenvolvimento do cérebro. A carência correlaciona-se diretamente com sintomas comuns dos TEAs. 

Estudo publicado em 2016 mostrou que a exposição pré-natal (durante a gestação) ao ácido valpróico (antiepiléptico) induz aberrações neurocomportamentais em camundongos. A suplementação de ácido docosahexaenóico (DHA) recuperou células afetadas, aumentou o número de neurônios maduros no hipocampo. Os dados sugerem que a suplementação de DHA tem um papel neuroprotetor importante, melhorando inclusive disfunções de aprendizagem e memória (Gao et al., 2016).

A suplementação de DHA na gestação protegeu camundongos dos efeitos deletérios de virus e melhorou o comportamento após o nascimento (Weiser et al., 2016). O ideal é que a suplementação seja feita ainda na gestação, fase de acelerado neurodesenvolvimento. Bebês prematuros não produzem ômega-3 até a idade em que completariam 33 semanas intrauterinas. Se a mãe estiver amamentando é importante que sua alimentação seja suplementada com ômega-3. Se não puder amamentar sugere-se a suplementação dos bebês (Makrides et al., 2009) . A suplementação em crianças parece também melhorar o déficit de atenção (Sorgi et al., 2007) Contudo, a suplementação tardia nem sempre resulta em bons resultados.

Por exemplo, pesquisa publicada em 2015 na revista Molecular Autism, mostrou que a suplementação de 1,5g de EPA e DHA para 38 crianças com idades entre 2 e 5 anos não resultou em melhoria de sintomas como agressividade e hiperatividade após 6 meses. A suplementação de ômega-3 também não foi capaz de melhorar tais sintomas em adultos (Mankad et al., 2015). Revisão sistemática publicada em 2011 também apontou o mesmo resultado (Bent, Bertoglio e Hendren, 2009).  

Caso opte-se pela suplementação é importante a escolha de um produto livre de mercúrio, metal tóxico que afeta o desenvolvimento. Marcas mais ricas em DHA também são sugeridas.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/