Tratamento nutricional da psoríase

A psoríase é uma doença autoimune crônica que afeta a pele e causa uma multiplicação rápida das células da pele. Os sintomas da psoríase variam conforme o tipo e a gravidade da doença, mas alguns dos mais comuns incluem:

  1. Manchas vermelhas na pele: Áreas de pele inflamadas e avermelhadas cobertas por escamas prateadas ou brancas (geralmente nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e parte inferior das costas).

  2. Escamas grossas (placas) na pele: As áreas afetadas geralmente apresentam uma camada espessa de pele morta que se solta, o que pode causar coceira e dor.

  3. Coceira ou dor: As áreas afetadas podem coçar ou doer, e em alguns casos, pode haver sensação de queimação ou sensibilidade.

  4. Unhas afetadas: As unhas podem se tornar espessas, quebradiças, descoloridas ou apresentar pequenos buracos (pitting). Também pode haver separação da unha do leito ungueal.

  5. Fissuras na pele: As áreas afetadas podem desenvolver fissuras que podem sangrar.

  6. Pele seca e rachada: A pele pode ficar muito seca, o que pode causar desconforto ou dor.

  7. Alterações na pele ao redor das articulações: Em alguns casos, a psoríase afeta as articulações, o que pode resultar em dor ou inchaço (artrite psoriática).

Existem diferentes tipos de psoríase, como a psoríase em placas, psoríase guttata, psoríase inversa, psoríase pustulosa e psoríase eritrodérmica, e cada tipo tem manifestações particulares.

Se você suspeita que tem psoríase, é recomendável consultar um dermatologista para confirmar o diagnóstico e discutir as opções de tratamento.

Suplementos para acalmar o sistema imunológico na psoríase:

Embora os suplementos não substituam os tratamentos médicos tradicionais, alguns podem ajudar a reduzir a inflamação e a melhorar o equilíbrio do sistema imunológico. Alguns suplementos que podem ser úteis para pessoas com psoríase incluem:

  1. Óleo de peixe (ômega-3): O ômega-3 tem propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar a reduzir a inflamação associada à psoríase. Pode ser encontrado em peixes gordos como salmão, ou em suplementos de óleo de peixe.

  2. Curcumina (cúrcuma): A curcumina, o composto ativo da cúrcuma, tem propriedades anti-inflamatórias poderosas e pode ajudar a reduzir a inflamação nas articulações e na pele.

  3. Vitamina D: A deficiência de vitamina D pode ser comum em pessoas com psoríase. A vitamina D pode ajudar a regular o sistema imunológico e reduzir a gravidade dos sintomas.

  4. Probióticos: A saúde intestinal desempenha um papel importante na regulação do sistema imunológico. O uso de probióticos pode ajudar a melhorar a saúde intestinal e, consequentemente, reduzir a inflamação.

  5. Zinco: O zinco pode ajudar a melhorar a função do sistema imunológico e reduzir a inflamação. É importante para a saúde da pele e pode ajudar a promover a cicatrização.

  6. Vitamina B12: Algumas pesquisas sugerem que a vitamina B12 pode ajudar a reduzir a atividade da psoríase. Pode ser consumida por meio de alimentos ou suplementos.

  7. Alpha-lipoic acid (Ácido alfa-lipóico): Este antioxidante pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo e melhorar a resposta inflamatória, beneficiando a saúde da pele.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Mulheres com deficiência de magnésio são mais inflamadas e possuem maior risco de doença autoimune

As mulheres têm maior propensão a doenças autoimunes do que os homens, e isso se deve a uma combinação de fatores biológicos, hormonais e genéticos. Alguns dos principais motivos incluem:

  1. Diferenças hormonais: Os hormônios femininos, especialmente os estrogênios, desempenham um papel importante na modulação do sistema imunológico. Eles podem aumentar a atividade do sistema imunológico, o que pode tornar as mulheres mais suscetíveis a desenvolver doenças autoimunes. Já os hormônios masculinos, como a testosterona, tendem a ter um efeito imunossupressor, ou seja, reduzem a atividade do sistema imunológico.

  2. Genética: As mulheres possuem dois cromossomos X (uma característica genética que difere dos homens, que têm um cromossomo X e um Y). O cromossomo X contém muitos genes que regulam o sistema imunológico, e ter dois cromossomos X pode aumentar a probabilidade de respostas imunológicas mais intensas ou erradas. Isso pode aumentar o risco de doenças autoimunes, já que o sistema imunológico pode atacar erroneamente as células do próprio corpo.

  3. Resposta imunológica mais forte: Em geral, as mulheres tendem a ter uma resposta imunológica mais vigorosa do que os homens, o que é benéfico em termos de defesa contra infecções. No entanto, essa resposta aumentada pode, por outro lado, contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes, onde o sistema imunológico ataca tecidos e órgãos saudáveis.

  4. Fatores ambientais e estilo de vida: Embora menos estudados, fatores como o estresse, a alimentação e a exposição a certos agentes ambientais podem interagir com fatores genéticos e hormonais, podendo contribuir para a maior incidência de doenças autoimunes nas mulheres. A deficiência de magnésio, por exemplo, tem sido associada a vários problemas de saúde, incluindo inflamação e um risco aumentado de doenças autoimunes. O magnésio reduz inflamação e estresse oxidativo.

Deficiência de magnésio contribui para inflamação por vários mecanismos (Liu, & Dudley Jr, 2020)

A deficiência desse mineral pode afetar a função do sistema imunológico e aumentar a inflamação no corpo, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e esclerose múltipla.

O magnésio é essencial para várias reações bioquímicas no corpo, incluindo aquelas que regulam o sistema nervoso, cardiovascular e muscular, além de ter propriedades anti-inflamatórias.

A deficiência de magnésio pode alterar a função das células do sistema imune, influenciando a produção de citocinas inflamatórias e favorecendo um ambiente propenso a doenças autoimunes. A deficiência intracelular de magnésio (Mg) (Mgi↓) induz estresse oxidativo e disfunção mitocondrial.

A deficiência de Mg regula negativamente a cadeia de transporte de elétrons (ETC) e aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS). A deficiência de Mg também suprime o sistema de defesa antioxidante com níveis reduzidos de proteínas, como manganês SOD (MnSOD) e catalase. A deficiência de Mg regula negativamente a ATP sintase (F0F1) e diminui a produção de ATP. A deficiência intracelular de Mg inibe o transporte de Mg para as mitocôndrias por meio da proteína de splicing 2 do RNA mitocondrial (MRS2) e promove o efluxo de Mg (Mgm) mitocondrial por meio do SLC41A3.

Sintomas adicionais (além da inflamação) da deficiência de magnésio

A deficiência de magnésio pode causar vários sintomas, que variam de leves a mais graves. Alguns dos sintomas comuns incluem:

  1. Cãibras musculares: Podem ocorrer principalmente nas pernas e pés.

  2. Fadiga e fraqueza: Sentir-se constantemente cansado ou sem energia.

  3. Espasmos ou tremores musculares: Movimentos involuntários nos músculos.

  4. Irritação e mudanças de humor: A deficiência de magnésio pode afetar o sistema nervoso, causando ansiedade, estresse ou depressão.

  5. Problemas para dormir: Insônia ou dificuldade para adormecer.

  6. Náuseas e vômitos: Em alguns casos, as pessoas podem sentir mal-estar estomacal.

  7. Palpitações ou ritmo cardíaco irregular: O magnésio é essencial para a função cardíaca adequada.

  8. Ossos fracos ou dor nas articulações: O magnésio é importante para a saúde óssea, e sua deficiência pode afetar a força dos ossos.

A ingestão diária recomendada (RDA) de magnésio varia de acordo com a idade e as necessidades individuais, incluindo condições específicas como gravidez e lactação. Para mulheres, as recomendações gerais são as seguintes:

Ingestão Diária Recomendada (RDA) de Magnésio para Mulheres:

  • 19 a 30 anos: 310 mg por dia

  • 31 anos ou mais: 320 mg por dia

  • Gravidez (19-30 anos): 350 mg por dia

  • Gravidez (31 anos ou mais): 360 mg por dia

  • Amamentação (19-30 anos): 310 mg por dia

  • Amamentação (31 anos ou mais): 320 mg por dia

Esses valores são baseados em orientações gerais para a população saudável. Para mulheres que têm deficiências de magnésio ou problemas médicos específicos, as necessidades podem ser diferentes e a recomendação deve ser ajustada de acordo com a orientação de um profissional de saúde.

Fontes de Magnésio por 100g de alimento

  1. Sementes de abóbora:

    • 592 mg de magnésio

    • Excelente fonte de magnésio, além de ser rica em proteínas e antioxidantes.

  2. Amêndoas:

    • 270 mg de magnésio

    • Também são ricas em vitamina E, gorduras saudáveis e fibras.

  3. Espinafre (cozido):

    • 87 mg de magnésio

    • Uma excelente opção vegetal, rica em ferro e outros nutrientes.

  4. Castanha de caju:

    • 292 mg de magnésio

    • Boa fonte de proteínas e gorduras saudáveis.

  5. Chocolate amargo (70% cacau):

    • 228 mg de magnésio

    • Além de ser rico em magnésio, o chocolate amargo é uma fonte de antioxidantes.

  6. Sementes de chia:

    • 335 mg de magnésio

    • Essas sementes também fornecem ácidos graxos ômega-3 e fibras.

  7. Feijão preto (cozido):

    • 70 mg de magnésio

    • Boa fonte de proteínas vegetais e fibra alimentar.

  8. Abacate:

    • 29 mg de magnésio

    • Embora a quantidade não seja tão alta quanto as outras fontes, o abacate é rico em gorduras saudáveis.

  9. Bananas:

    • 27 mg de magnésio

    • Fonte prática e acessível, além de ser rica em potássio.

Se você está lidando com sintomas de deficiência de magnésio ou preocupação com doenças autoimunes, é importante agendar sua consulta de nutrição para ajuste de sua dieta e suplementação.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Nutrição na prevenção das doenças autoimunes neurológicas

As doenças autoimunes neurológicas são condições em que o sistema imunológico ataca erroneamente as células e tecidos do sistema nervoso. Exemplos incluem a esclerose múltipla, a encefalomielite autoimune e a síndrome de Guillain-Barré. Essas doenças podem levar a inflamação crônica e danos ao sistema nervoso, resultando em sintomas neurológicos variados, como fraqueza muscular, fadiga, alterações cognitivas e problemas motores.

Prevenção e Estratégias Nutricionais:

Embora não haja uma maneira garantida de prevenir doenças autoimunes neurológicas, várias estratégias nutricionais podem ajudar a controlar a inflamação e apoiar a saúde geral, bem como a saúde do sistema nervoso.

  1. Dieta anti-inflamatória:

    • Ácidos graxos ômega-3: Presentes em peixes gordurosos (como salmão, sardinha, cavala), sementes de linhaça e nozes. Eles ajudam a reduzir a inflamação e a melhorar a saúde do cérebro.

    • Antioxidantes: Alimentos ricos em antioxidantes, como frutas vermelhas (morango, mirtilo), vegetais de folhas verdes (espinafre, couve) e nozes, podem ajudar a combater o estresse oxidativo e a inflamação no sistema nervoso.

    • Curcumina: A curcumina, encontrada no açafrão-da-terra (cúrcuma), tem propriedades anti-inflamatórias que podem ser benéficas na modulação de doenças autoimunes.

    • Vitaminas D e E: A vitamina D tem um papel importante na regulação do sistema imunológico. A deficiência de vitamina D tem sido associada a várias doenças autoimunes, incluindo as neurológicas. Alimentos ricos em vitamina D incluem peixes gordurosos e alimentos fortificados. A vitamina E, presente em óleos vegetais e sementes, também pode ajudar na proteção celular.

  2. Controle da glicemia:

    • Manter os níveis de glicose no sangue estáveis pode reduzir a inflamação. Uma dieta com baixo índice glicêmico, que inclui grãos integrais, vegetais e legumes, pode ser útil.

  3. Atenção ao glúten e a outras proteínas inflamatórias:

    • Algumas pessoas com doenças autoimunes podem se beneficiar da redução ou eliminação de alimentos que causam inflamação, como o glúten (presente no trigo, cevada e centeio). Isso pode ser relevante em condições como a esclerose múltipla, onde a sensibilidade ao glúten pode agravar os sintomas.

Modulação da Microbiota Intestinal:

A microbiota intestinal tem um papel central na modulação da função imunológica, e seu desequilíbrio (disbiose) tem sido associado a doenças autoimunes, incluindo as neurológicas. A modulação da microbiota intestinal pode, portanto, ser uma estratégia importante no manejo dessas condições.

  1. Probióticos:

    • Probióticos são microrganismos vivos que podem ajudar a restaurar um equilíbrio saudável da microbiota intestinal. Alimentos ricos em probióticos incluem iogurte, kefir, chucrute, kimchi, miso e outros alimentos fermentados.

    • Alguns estudos sugerem que os probióticos podem ajudar a reduzir a inflamação e apoiar a função imunológica, o que pode ser benéfico em doenças autoimunes.

  2. Prebióticos:

    • Prebióticos são fibras alimentares que alimentam as bactérias benéficas do intestino. Alimentos ricos em prebióticos incluem alho, cebola, aspargos, bananas verdes e alcachofras.

    • Prebióticos ajudam a promover o crescimento de bactérias benéficas, que podem ter efeitos anti-inflamatórios e ajudar a regular o sistema imunológico.

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  3. Dieta rica em fibras:

    • A ingestão adequada de fibras pode melhorar a diversidade da microbiota intestinal e reduzir a inflamação. Alimentos ricos em fibras incluem legumes, frutas, grãos integrais e leguminosas.

  4. Evitar alimentos ultraprocessados:

    • Os alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares refinados, gorduras trans e aditivos artificiais, podem prejudicar a microbiota intestinal e promover um ambiente inflamatório. Limitar o consumo desses alimentos é fundamental para manter uma microbiota saudável.

A combinação de uma dieta anti-inflamatória e a modulação da microbiota intestinal oferece um potencial promissor na prevenção e no manejo das doenças autoimunes neurológicas. No entanto, é importante ressaltar que o acompanhamento médico é fundamental, já que cada pessoa pode reagir de maneira diferente às intervenções dietéticas e de microbiota. Além disso, fatores genéticos e ambientais também desempenham um papel importante no desenvolvimento dessas doenças. Precisa de ajuda? Marque aqui sua consulta online.

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