Análise metabolômica no TDAH

A análise metabolômica é o estudo sistemático dos metabolitos em uma célula, tecido, órgão ou organismo. Os metabolitos são pequenas moléculas intermediárias e produtos finais do metabolismo celular, como aminoácidos, ácidos orgânicos, açúcares, lipídeos, e nucleotídeos. A metabolômica fornece uma visão detalhada das funções bioquímicas e fisiológicas e é uma ferramenta poderosa para a compreensão de processos biológicos e a identificação de biomarcadores para doenças.

Estudos de metabólitos excretados pela urina são muito úteis para uma abordagem mais precisa para cada paciente. Afinal, não se trata TDAH, se trata o João, que tem TDAH e determinados sintomas. Ou a Maria, que também tem TDAH, mas outros sintomas.

Além dos metabólitos urinários mostrados na imagem podemos avaliar aminoácidos plasmáticos. Po exemplo, serina baixa pode ser corrigida com suplementação de fosfatidilserina, um fosfolipídio necessário às membranas, particularmente as do cérebro. Também está envolvido na regulação de neurotransmissores como dopamina e acetilcolina e em processos como memória, atenção e aprendizado. Mas outro paciente poderia ter tirosina baixa ou DOPAC, um metabólito da dopamina, baixo.

Tirosina é necessária à produção de L-DOPA e, depois, de dopamina, neurotransmissor que pode estar reduzido em algumas áreas do cérebro de pacientes com TDAH. A dopamina é um neurotransmissor crucial para o funcionamento normal do cérebro, especialmente em relação a processos como motivação, recompensa, atenção e controle motor. Neste caso, a suplementação de tirosina e cofatores como BH4 e B9 seriam importantes.

Existem os pacientes com feniletilamina (PEA) baixa. PEA é uma amina biogênica que atua como neurotransmissor no cérebro e está associada a várias funções neurológicas e comportamentais. A feniletilamina pode influenciar a liberação e a atividade da dopamina. Também tem sido associada a efeitos sobre o humor e a atenção, e pode afetar a forma como o cérebro lida com a informação e a recompensa, o que é relevante para os sintomas do TDAH. Há possibilidade de suplementação de PEA nestes pacientes.

Podemos também avaliar metabólitos de epinefrina, norepinefrina, serotonina. Por exemplo, quando os metabólitos de serotonina estão diminuídos podemos suplementar 5HTP, triptofano ou L-theanina.

Para o paciente com queixas de cansaço, exaustão ou elevação do estresse podemos testar o cortisol e, em caso de desequilíbrio, sugerir suplementos como Withania somnifera, L-thenina, Magnolia officinalis, Emipedium…

Você já tinha ouvir falar dos exames metabolômicos?

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Análise metabolômica, cérebro e nutrição

Metabolômica é uma disciplina científica que lida com pequenas moléculas (até 1,5 kDa) chamadas metabólitos. Metabólitos são substâncias endógenas (produzidas pelo nosso corpo) de baixo peso molecular sintetizadas nas células durante o processo metabólico. Metabólitos (produtos do metabolismo) como aminoácidos, lipídios, ácidos nucléicos, vitaminas, carboidratos e ácidos orgânicos são os produtos finais dos processos celulares controlados que são catalisados ​​por várias enzimas. O conjunto dessas biomoléculas endógenas constitui o metaboloma, que inclui todos os metabólitos que estão presentes em amostras biológicas, como sangue, urina, célula, tecido, órgão ou organismo.

Ao contrário de genes e proteínas, os metabólitos são muito mais diversos. Os metabólitos refletem altamente a influência ambiental, necessidades nutricionais, efeitos de xenobióticos (substâncias estranhas) e medicamentos, funcionamento intestinal, estresse, bem como diferentes patologias ou alterações internas nas vias bioquímicas do sistema estudado. O equilíbrio alterado em algumas vias metabólicas leva a doenças metabólicas, como diabetes, aterosclerose, hipertensão, obesidade e doenças neuropsiquiátricas. As 3 figuras trazem um exemplo de avaliação de metabólitos urinários.

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Ref.: Bonomo R, Cavaletti G, Skene DJ. Metabolomics markers in Neurology: current knowledge and future perspectives for therapeutic targeting. Expert Rev Neurother. 2020 Jul;20(7):725-738.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Índice CAIDE para avaliação do risco de demência

O índice CAIDE (Cardiovascular Risk Factors, Aging, and Incidence of Dementia) é uma ferramenta utilizada para avaliar o risco de demência baseado em fatores de risco cardiovascular. O índice foi desenvolvido a partir do estudo CAIDE, que investigou a associação entre fatores de risco cardiovascular na meia-idade e a incidência de demência em idosos.

Os principais fatores considerados no índice CAIDE incluem:

1. Idade: Aumenta o risco com o envelhecimento.

2. Nível educacional: Menor nível de educação está associado a um maior risco.

3. Sexo: O risco pode variar entre homens e mulheres.

4. Hipertensão: Pressão arterial alta está associada a um maior risco de demência.

5. Índice de massa corporal (IMC): Um IMC elevado na meia-idade pode aumentar o risco.

6. Colesterol total: Níveis altos de colesterol na meia-idade estão associados a um maior risco.

7. Atividade física: Baixa atividade física está relacionada a um risco maior.

8. Fumo: Fumar aumenta o risco de desenvolver demência.

O índice CAIDE combina esses fatores em uma pontuação que pode prever a probabilidade de uma pessoa desenvolver demência nas próximas décadas. A pontuação é obtida através de um algoritmo que pondera cada um dos fatores mencionados.

Cálculo do Índice CAIDE

1. Idade

- 39-47 anos: 0 pontos

- 48-53 anos: 1 ponto

- 54-59 anos: 2 pontos

- 60-64 anos: 3 pontos (ENVELHECIMENTO AUMENTA O RISCO DE DEMÊNCIA)

2. Nível educacional

- Ensino primário: 3 pontos (BAIXA ESCOLARIDADE AUMENTA O RISCO DE DEMÊNCIA)

- Ensino secundário: 2 pontos

- Ensino superior: 0 pontos

3. Sexo

- Masculino: 0 pontos

- Feminino: 1 ponto (MULHERES POSSUEM UM RISCO MAIOR DO QUE HOMENS PELA QUEDA HORMONAL NA MENOPAUSA)

4. Pressão arterial

- Normotensão: 0 pontos

- Hipertensão: 2 pontos (PRESSÃO ALTA AUMENTA O RISCO)

5. Índice de massa corporal (IMC)

- IMC < 30: 0 pontos

- IMC ≥ 30: 2 pontos (EXCESSO DE PESO AUMENTA O RISCO)

6. Colesterol total

- < 6.5 mmol/L (Menor que 250 mg/dL): 0 pontos

- ≥ 6.5 mmol/L (maior ou igual 250 mg/dL): 2 pontos (COLESTEROL ALTO AUMENTA O RISCO)

7. Atividade física

- Alta: 0 pontos

- Baixa: 1 ponto (SEDENTARISMO AUMENTA O RISCO)

8. Fumo

- Não fumante: 0 pontos

- Fumante: 1 ponto (TABAGISMO AUMENTA O RISCO)

A soma dos pontos pode então ser usada para estimar o risco de demência.

Interpretação dos Resultados

Após calcular a pontuação total, ela pode ser interpretada da seguinte maneira:

- Pontuação baixa (0 a 5 pontos): Risco reduzido de demência.

- Pontuação intermediária (6 a 8 pontos): Risco moderado de demência.

- Pontuação alta (9 a 15 pontos): Risco elevado de demência.

Este índice é útil para identificar indivíduos em maior risco e pode guiar intervenções precoces para reduzir a probabilidade de desenvolvimento de demência. Existem outros fatores de risco como diabetes e hiperhomocisteinemia, mas não entram neste índice.

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