O que são psicoplastógenos?

Fatores genéticos e ambientais levam à atrofia cortical observada na depressão, que inclui retração de ramos dendríticos e perda de espinhos dendríticos. Essas mudanças estruturais são revertidas por psicoplastógenos.

Definição de psicoplastógeno

Psicoplastógenos são um grupo de drogas com moléculas pequenas que produzem efeitos rápidos e sustentados na estrutura e função neuronal, destinados a manifestar benefício terapêutico após uma única administração.

Dentre os psicoplastógenos estão os psicodélicos, que promovem robustamente a plasticidade neural, estrutural e funcional em circuitos-chave relevantes para a saúde do cérebro. A dose que induz neuroplasticidade é muito menor do que a dose que induz efeito alucinógeno prolongado e usado em psicoterapia.

O uso clínico de psicodélicos e outros compostos psicoplastogênicos marca uma mudança de paradigma na neuropsiquiatria em direção a abordagens terapêuticas baseadas na modulação seletiva de circuitos neurais. Existem estudos com Ayahuasca, LSD, DMT, MDMA, psilocibina, ketamina, cannabis. Destas, a psilocibina e a cannabis tem demonstrado ser as mais seguras. Para que tenha uma ideia, o risco de morrer pelo uso de álcool é 100 vezes maior que com o uso da cannabis. O risco de morrer com o uso de cocaína é 66 vezes maior que com o uso da cannabis.

Compostos desse tipo estão sendo explorados como terapêuticos para uma variedade de distúrbios cerebrais, incluindo depressão, dependência e transtorno pós-traumático. Apesar da sua promessa como neuroterapêutico amplamente eficaz, existem vários problemas associados aos medicamentos baseados em psicodélicos que limitam drasticamente sua escalabilidade clínica.

Há risco de abuso, efeitos cardiovasculares negativos, propriedades alucinógenas, maior risco de surto psicótico (a depender da genética da pessoa), que exigem administração na clínica e monitoramento do paciente, aumentando drasticamente a complexidade e o custo da administração desses terapêuticos. Não são substâncias indicadas para quem sofre de esquizofrenia ou tem histórico de abuso de drogas.

Várias empresas estão desenvolvendo novas formulações desses compostos a fim de reduzir os riscos de uso, assim como os custos. Determinar como implantar, de forma mais eficaz, medicamentos psicoplastogênicos em escala será uma consideração importante à medida que o campo avança em diversas direções e para tratamento de várias doenças. Muitos estudos em animais estão em desenvolvimento no momento e, em alguns anos, veremos também mais estudos em humanos. Além disso, o uso do MDMA encontra-se atualmente em análise pelo FDA. Se aprovado abrirá uma nova porta de tratamento na psiquiatria e psicoterapia.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/