Disfunção sináptica

Perda das conexões sinápticas contribuindo para dificuldade de controle de humor e desregulação das emoções. É o resultado de perturbações na estrutura e função fisiológica da sinapse, e pode ser a causa ou a consequência em patologias específicas, como a depressão, Alzheimer, Parkinson e Huntington (Taoufik et al., 2018).

Cada neurônio faz em média 10.000 sinapses, podendo chegar ao extremo de 200.000 sinapses nos dendritos das células de Purkinje (Robert Lent, 2010). As células de Purkinje, ou neurônios de Purkinje, são uma classe de neurônios inibitórios GABAérgicos localizados no cerebelo.

A perda ou diminuição no número de sinapses leva a uma atrofia cerebral, condição comum na esclerose múltipla, Alzheimer, estresse pós-traumático, depressão. Entre as causas estão resistência insulínica, excesso de glutamato, estresse elevado.

Excesso de glutamato e redução no número de sinapses

O glutamato é o neurotransmissor mais abundante no cérebro e no sistema nervoso central (SNC). Está envolvido em praticamente todas as principais funções excitatórias do cérebro. O glutamato está muito envolvido na plasticidade sináptica, na capacidade de fortalecer ou enfraquecer a sinalização entre os neurônios, moldando o aprendizado, a coordenação motora, as emoções, a memória e as informações sensoriais. Quando pouco glutamato é produzido a comunicação entre os neurônios torna-se difícil. A pessoa sente mais dificuldade em concentrar-se, mais exaustão mental. Neste caso, a suplementação de glutamina pode ser uma boa ideia. Quando muito glutamato é produzido passa a ser neurotóxico, danificando neurônios e circuitos neurais. Neste caso, a suplementação de glutamina já não seria adequada.

O glutamato também pode ser produzido a partir da glicose. Por isso, pessoas com doenças neurodegenerativas não devem abusar do consumo de açúcares e carboidratos de alto índice glicêmico. Enquadram-se neste caso: esclerose lateral amiotrófica, doenças de Alzheimer, Parkinson e Huntington. Estudos também mostram um excesso de glutamato na depressão, no autismo, na dependência de drogas. O que há de comum nisso tudo: a redução do número de sinapses e dificuldade de modulação do comportamento.

Compense garantindo uma boa liberação de BDNF

Síntese de sinapse é resiliência. E para estimular a produção de mais neurônios e sinapses precisamos ter uma ótima liberação do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). Jejum, exercício físico (Mattson et al., 2018), combate à resistência insulínica, aumento do consumo de açafrão, chá verde, peixes ricos em ômega-3, frutas ricas em resveratrol, probióticos e prebióticos.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/