Em uso de antibióticos, troque os probióticos pelos MAMPs

As bactérias intestinais são muito importantes para nossa saúde. Contudo, quando utilizamos determinados medicamentos a diversidade da microbiota é reduzida. Isto não significa que probióticos devam ser prescritos de qualquer jeito. A Organização Mundial da Saúde define probióticos como “microorganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício para a saúde”. A definição deveria englobar ainda: quando administradas as cepas certas e no momento propício.

Evidências mais atuais mostram que o uso de bactérias probióticas pode reduzir a eficácia dos antibióticos. Por isso, no caso de prescrição médica desta medicação, utilize, ao invés de probióticos, MAMPs. Assim como as bactérias probióticas vivas, micróbios inativos (os paraprobióticos) também treinam o intestino, melhorando a imunidade. A utilização de paraprobióticos parece segura mesmo em pacientes graves ou em tratamento contra o câncer. Sua ação deve-se à presença de substâncias da parede celular de bactérias (MAMPś ou padrões moleculares associados a microorganismos) que são reconhecidas por receptores no intestino humano provocando a melhoria da imunidade.

Nos laboratórios, bactérias podem ser submetidas a tratamento térmico específico. As mesmas são mortas mas os MAMPs permanecem. Em contato com o intestino, reduzem a inflamação, sendo indicados para a prevenção e tratamento de várias doenças como artrite, colite e até câncer. Vários tipos de MAMPs podem ser prescritos por nutricionistas. A beta glucana de levedura é um MAMP acessível (bem mais barato do que os fragmentos de bactérias) e pode ser usada com segurança durante a antibióticoterapia. No último dia do uso da medicação os MAMPs podem ser suspensos e o probiótico pode voltar.

A dieta deve continuar variada. Polifenóis da dieta também são muito importantes. Flavonóides (como a curcumina do açafrão) e taninos (como as antocianinas de alimentos roxos incluindo mirtilo e arroz preto) reduzem a adesão bacteriana ao intestino e facilita a recuperação durante a antibioticoterapia.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/