Variações do gene FTO geram menor saciedade, maior inflamação e afetam o envelhecimento cerebral

A contribuição da genética para o desenvolvimento da obesidade tem sido extensivamente investigada em estudos de associação do genoma, onde as formas mais comuns de obesidade são poligênicas, com a descoberta de pelo menos 77 loci associados a esta doença. O gene FTO, localizado no cromossomo 16, foi descoberto em 2007 e está relacionado ao aumento da massa gorda e maior risco de obesidade.

O polimorfismo (variação) de nucleotídeo único (SNP) do FTO mais estudado é o rs9939609, que compreende os alelos A e T, onde o alelo de risco A parece estar diretamente relacionado à menor saciedade, maior consumo calórico e aumento do acúmulo de gordura corporal. Pessoas AA também apresentam-se mais inflamadas do que pessoas TT, indicando a necessidade de dieta antiinflamatória e atividade física regular para controle do peso. Outros genes também estão envolvidos no controle do apetite. Aprenda mais sobre genômica nutricional neste curso.

O FTO também parece afetar marcadores de envelhecimento cerebral independentemente do IMC. Variantes do gene do FTO parecem aumentar o risco de desenvolver doenças relacionadas à idade predominantemente através da obesidade, mas parece haver alguma evidência na literatura de que o FTO tem alguns efeitos pleiotrópicos (que influenciam outras características), especialmente em marcadores de envelhecimento cerebral (Ganeff et al., 2019).

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/