Suplemento nootrópico x adaptógeno

Suplemento nootrópico: substância que auxilia no desempenho cognitivo (atenção, memória, fluência verbal) - veja mais em Psiconutrição. Regulam neurotransmissores, aumentam o fluxo sanguíneo cerebral, reduzem a neuroinflamação, geram neuroproteção, melhoram a transdução de sinal, melhoram a produção de neurotransmissores ou atuam como antioxidantes, vasodilatadores ou até adaptógenos.

Nootrópicos naturais - Onaolapo, Obelawo e Onaolapo, 2019

Nootrópicos naturais - Onaolapo, Obelawo e Onaolapo, 2019

Podem ser fitoterápicos (como ginkgo biloba, mucuna pruriens, ginseng ou vários tipos de cogumelos, como o Lion´s mane) ou até minerais como magnésio e aminoácidos (como o triptofano ou L-teanina).

Outros nootrópicos naturais incluem: ômega-3 (DHA), curcumina, fosfatidilserina, colina (citicolina ou alpha-GPC), L-carnitina, creatina, cogumelos (lions mane, reishi, cordyceps, chaga, maitake).

Suplemento adaptógeno: ajudam o corpo a resistir a estressores de todos os tipos, sejam físicos, químicos ou biológicos. O alívio do estresse ocorre pela inibição de vias metabólicas relacionadas ao estresse oxidativo. Com isso há melhor resposta do sistema imune inato, maiores efeitos ansiolíticos e antidepressivos e melhoria da função cognitiva (Panossian, 2017). Todo adaptógeno é um nootrópico mas nem todo nootrópico é um adaptógeno.

No Brasil, a Rhodiola Rosea (200 a 600mg) e a Ashwagandha (300 a 1.000 mg) são duas das plantas bastante prescritas por nutricionistas da área de fitoterapia. O uso não deve ser feito por mais de 2 a 4 semanas pois podem aparecer efeitos colaterais, além de aumento do cortisol. Assim, estas plantas devem ser intercaladas entre si e ainda com outras, como gengibre (250 a 1.000 mg), Bacopa monnieri (75 a 450 mg), Curcuma longa (100 a 300 mg), alho (250 a 2.000 mg), dentre outras plantas.

Na medicina ayurvédica um adaptógeno bastante utilizado é o Triphala, produzido a partir de uma combinação de três frutas amargas indianas com propriedades antioxidantes (amalaki, bibhitaki e haritaki). Pesquisas mostram a atividade anticancerígena do triphala, que possui alta capacidade sequestradora de radicais livres, além de modular genes, proteger telômeros e ter propriedades antienvelhecimento.

ADAPTÓGENOS RECOMENDADOS NA EUROPA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Coronavírus e obesidade: uma faca de dois gumes

No passado uma epidemia significa falta de alimentos e morte por desnutrição. Hoje, tudo mudou. A indústria se modernizou e os processos agrícolas também. Mesmo com a pandemia de COVID-19 os governos do mundo todo estão confiantes de que dificilmente faltará alimentos. Por outro lado, a combinação de inatividade física durante o confinamento e aumento do consumo de alimentos ultraprocessados (chocolates, sorvetes, pizzas, refrigerantes, sucos de caixa, gelatinas, bolos, salgadinhos, salsichas etc) pode ser uma combinação desastrosa aumentando o ganho de peso e o risco de várias doenças.

E o pior. Se o confinamento aumenta o risco de obesidade, a obesidade aumenta a mortalidade por coronavírus por vários motivos:

1) Pessoas obesas frequentemente possuem doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, diabetes e hipertensão, que aumentam o risco de complicações graves e morte pela infecção pelo COVID-19 (Peng et al., 2020; Qingxian et al., 2020; San Cristobal et al., 2020; Yang et al., 2020; Zhou et al., 2020; Ryan, Ravussin & Heymsfield, 2020). No Brasil, pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que o número de obesos no país aumentou 67,8% em 12 anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. Os dados também apontaram que o crescimento da obesidade foi maior entre os adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente. Apesar de o excesso de peso ser mais comum entre os homens, em 2018, as mulheres apresentaram obesidade ligeiramente maior, com 20,7%, em relação aos homens, 18,7%. A gravidade da situação forçou o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) a incluir os indivíduos com obesidade mórbida na lista dos grupos de risco para desenvolverem doença grave por COVID-19.

2) Inflamação crônica é comum em indivíduos obesos e esta desregula a resposta imune (Ahn et al., 2015; Andersen et al., 2016). Pessoas obesas apresentam elevação de adipocitocinas e substâncias pró-inflamatórias, como TNF-alfa, MCP-1, IL-6, leptina, resistina e visfatina, e redução das adipocitocinas anti-inflamatórias (por exemplo: adiponectina e IL-10) (Jung & Choi, 2014; Richard et al., 2017). A resistência à leptina, comum na obesidade reduz ainda mais a resposta imune. Além disso, baixos níveis de interferon no obeso atenuam também ainda mais a resposta imune (Honce et al., 2020; Klinkhammer et al., 2018).

3) Pacientes obesos têm maior dificuldade respiratória, principalmente quando deitados. Possuem menor volume de reserva expiratório, menor capacidade funcional e complacência do sistema respiratório, o que aumenta a dispneia e os casos de falência respiratória em doentes com COVID-19 (Dietz & Santos-Burgoa, 2020; Pedersen & Ho, 2020; Zhang et al., 2020).

4) O sedentarismo também é comum em pessoas obesas, aumentando a resistência à insulina, que limita a resposta imune (Zheng et al., 2015). Esta resistência à insulina e aumento da glicemia gera elevação da expressão da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) e esta é porta de entrada para o coronavírus em nosso corpo. Pessoas fazendo uso de antihipertensivos e estatinas também podem estar com a ECA2 elevada (Muniyappa & Gubbi, 2020).

Além de estarem em maior risco, indivíduos obesos também podem colocar os demais em risco também se não implementarem as medidas adequadas de isolamento, uso de máscaras e lavagem das mãos. Isto porque pessoas obesas transmitem vírus por um tempo até 104% superior em relação a pessoas não obesas (Maier et al., 2018; Yan et al., 2018). O motivo é novamente a alteração imune. A menor produção de interferon e a rápida replicação do RNA viral favorecem o aparecimento de estirpes virais mais virulentas (Klinkhammer et al., 2018).

Ficando em casa precisamos todos encontrar novas rotinas saudáveis. Precisamos adotar uma dieta antiinflamatória, rica em frutas, verduras, leguminosas, água, proteína, ácidos graxos essenciais, fitoquímicos. Precisamos aprender a nos exercitar em casa, praticar yoga, meditar. As rotinas saudáveis do ayurveda também são muito bem vindas neste momento e você pode aprender mais clicando nos links desta página.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

FTO, PLIN1, ADIPOQ, CRY2 & MC4R - Genes da obesidade

Existem muitos polimorfismos genéticos associados à obesidade. Dois bastantes comuns são o do gene FTO e do gene MC4R (Yang et al., 2019).

O FTO, um conhecido gene da obesidade, também tem um efeito na regulação do apetite. Pessoas com duas cópias do gene não distinguem bem as sensações de saciedade e isto faz com que as mesmas comam mais do que precisam. São aquelas pessoas que para sentirem-se bem precisam estar sempre comendo. Para estas pessoas dietas com poucas refeições ao dia não são muito viáveis pois sentem muita fome. É por isso que o jejum não funciona para todo mundo.

Variações do gene FTO já foram ligadas anteriormente à obesidade em populações caucasianas. Adultos com duas cópias do gene são em média 3 kg mais pesados do que pessoas sem este tipo de polimorfismo. Isto não quer dizer que pessoas com polimorfismos genéticos serão necessariamente gordas ou obesas mas precisam programar melhor as refeições, precisarão modular melhor a produção de hormônios da saciedade com suplementação adequada. A atividade física ajuda também a neutralizar os efeitos do polimorfismos genéticos (Ruiz et al., 2010), principalmente porque pessoas com alterações no FTO possuem mitocôndrias pequenas e adipócitos (células de gorduras) grandes (Claussnitzer et al., 2015).

Já pessoas com polimorfismos de gene MC4R conseguem passar horas sem comer. Assim, beneficiam-se do jejum pois não sentem tanta fome. Isto é interessante pois pessoas com este polimorfismo tem maior risco de hiperglicemia, que é a elevação da quantidade de açúcar no sangue (Leońska-Duniec et al., 2017). Mas comem muito por questões emocionais (Yilmaz et al., 2015). Não sentem tanta fome mas sem veem alguém comendo ou se vêem comida vão querer comer também, mesmo sem fome (são gulosos). Aí é que o ambiente muda tudo. Se tem pouca comida na geladeira comem pouco. Se tem muita comida espalhada pela casa, pelos armários, comem muito. Para essas pessoas controlar a ansiedade é fundamental. Meditar, praticar yoga, usar suplementos que reduzem ansiedade, fazer terapia. Assim como consumir mais fibras e alimentos que dão mais saciedade (já que a pessoa é um saco sem fundo). Aprender a mastigar lentamente e adotar técnicas de mindful eating também contribuem muito para a manutenção de um peso saudável.

Pessoas com polimorfismos de PLIN1 emagrecem, porém mais lentamente do que outras pessoas. Precisa ter mais paciência, mas não quer dizer que não emagrecerá. Por isso, não adianta comparar-se com outras pessoas. Já aqueles com alterações em genes relacionados à inflamação como ADIPOQ e IL6 ficam bem mais inflamadas, o que dificulta muito o emagrecimento. Por isso, é muito importante a adoção de uma dieta antiinflamatória (Joffe & Houghton, 2016).

Pessoas com alterações de CRY2 não devem comer muito à noite pois engordam mais. Por isso, nada de ficar beliscando antes de dormir, mesmo que seja fruta, pipoca, queijo ou outros alimentos considerados saudáveis ou mesmo antiinflamatórios (Heianza & Qi, 2017).

APRENDA A INTERPRETAR EXAMES NUTRIGENÉTICOS

O acompanhamento nutricional ajuda a seleção mais apropriada de alimentos, contribui para que a pessoa consiga programar muito melhor as refeições e ainda acerta a suplementação. Melhor ainda para as pessoas que já fizeram um teste genético como o 23andMe. Se tiver um posso interpretar tudo isso para você. Assim, sua dieta será muito melhor individualizada e você atingirá os resultados mais facilmente, não só em relação à perda de peso, quanto à melhoria da saúde geral, hoje e durante toda a vida. Agende sua consulta.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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