Resistência à insulina & fibromialgia

Um artigo publicado na revista científica PLOS One sugere uma relação patogênica entre a resistência à insulina e a fibromialgia. A doença caracteriza-se por dores generalizadas, sem causas claras e com poucas opções eficazes para o tratamento. Dependendo dos níveis de dor, pessoas com fibromialgia podem sentir-se incapacitadas ou deprimidas.

Fadiga, sono não reparador (com muito cansaço ao acordar), alterações na memória, ansiedade, depressão e alterações intestinais também são comuns na fibromialgia.

O estudo mostrou uma alta associação entre fibromialgia e resistência à insulina (medida pela hemoglobina glicada - HbA1c) e que medicamentos como metformina, melhoram simultaneamente a sensibilidade à insulina e os sintomas da fibromialgia. Caso a relação entre resistência à insulina & fibromialgia seja comprovada veremos mais estudos com dietas com baixo percentual de carboidrato como opção terapêutica para a doença. Para os que desejam testar a dieta cetogênica, disponibilizo o link de desconto para o curso online.

Outra estratégia para alívio dos sintomas é a prática de yoga. Esta prática integrativa alivia a ansiedade e o estresse, além de trabalhar o corpo de forma harmônica. Um estudo preliminar da York University, em Toronto, avaliou 22 mulheres com fibromialgia, que fizeram aula de yoga duas vezes por semana durante dois meses. Como grupo, as pacientes relataram diminuição da dor, maior aceitação da doença e maior sensação de amparo (Curtis et al., 2011).

Não utilize adoçantes e polióis devido ao desequilíbrio que causam no intestino, gerando mais dores. Posso te ajudar a fazer pelo menos um mês de estratégias LOW FODMAP para aliviar também o trabalho digestivo.

SUPLEMENTAÇÃO NA FIBROMIALGIA

Existem compostos que auxiliam bastante no tratamento:

1- Coenzima Q10: melhora a produção de energia nas mitocôndrias e tem ação antioxidante. Existe coenzima Q10 em alimentos como sardinha, espinafre e brócolis. Mas quem tem fibromialgia precisará de quantidades superiores, obtidas a partir da suplementação. Essencial após os 30 anos e a qualquer momento para quem toma estatinas (medicação para redução do colesterol). https://amzn.to/3miA3fX

2- Magnésio dimalato: promove o relaxamento muscular, aumenta a vasodilatação, diminui a inflamação, reduz cãimbras, melhora o sono, controla a pressão arterial, auxilia a eliminação de toxinas e a produção de energia mitocondrial. https://amzn.to/3miF2gS

3- Creatina: aumenta a reciclagem de energia, contribui para a manutenção da massa magra, melhora a sensibilidade a insulina e ajuda a diminui a dor. https://amzn.to/3J01Tr7

4- D-ribose para energia e contração muscular.

Além disso, fitoterápicos como boswellia serrata (a partir de 200mg/dia), moringa (a partir de 300mg/dia), própolis verde alcoólica (10 a 20 gotas/dia), além de óleo de krill (1 a 2 cápsulas/dia) suplementação de vitamina D (até atingir 50ng/mL no plasma) ajudam muito. Para desinflamar tente o jejum intermitente de 18 horas uma vez por semana. Durma bem e use o óleo essencial de olíbano (Frankincense) para melhorar a digestão, apoiar a função celular, melhorar o humor e relaxar.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

O que são adaptógenos?

A palavra adaptógeno tornou-se comum no mundo da alimentação saudável e da fitoterapia. O termo refere-se a plantas não tóxicas que são comercializadas, como suplementos, chás ou alimentos, para ajudar o corpo a resistir a estressores de todos os tipos, sejam físicos, químicos ou biológicos. Essas ervas e raízes têm sido usadas há séculos nas tradições de cura chinesa e ayurvédica. Agora, o ocidente também passa a interessar-se por pesquisas na área.

O alívio do estresse ocorre pela inibição de vias metabólicas relacionadas ao estresse oxidativo. Com isso há melhor resposta do sistema imune inato, maiores efeitos ansiolíticos e antidepressivos e melhoria da função cognitiva (Panossian, 2017). Muitas plantas são citadas na literatura como adaptógenas (Panossian, 2013):

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No Brasil, a Rhodiola Rosea (200 a 600mg) e a Ashwagandha (300 a 1.000 mg) são duas das plantas bastante prescritas por nutricionistas da área de fitoterapia. O uso não deve ser feito por mais de 2 a 4 semanas pois podem aparecer efeitos colaterais, além de aumento do cortisol. Assim, estas plantas devem ser intercaladas entre si e ainda com outras, como gengibre (250 a 1.000 mg), Bacopa moninieri (75 a 450 mg), Curcuma longa (100 a 300 mg), alho (250 a 2.000 mg), dentre outras plantas citadas na tabela acima.

Na medicina ayurvédica um adaptógeno bastante utilizado é o Triphala, produzido a partir de uma combinação de três frutas amargas indianas com propriedades antioxidantes (amalaki, bibhitaki e haritaki). Pesquisas mostram a atividade anticancerígena do triphala, que possui alta capacidade sequestradora de radicais livres, além de modular genes, proteger telômeros e ter propriedades antienvelhecimento.

ADAPTÓGENOS RECOMENDADOS NA EUROPA

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Alternativas ao uso do GABA (inclusive no autismo)

Se você já ingeriu bebidas alcoólicas e ficou desinibido entenderá bem a importância do ácido gama-aminobutírico (GABA). Este é o principal neurotransmissor inibidor no sistema nervoso central, regulando a excitação nervosa e diminuindo comportamentos agressivos ou impulsivos. Quando as moléculas de álcool ligam-se aos receptores de GABA, impedem sua ação. À medida que mais álcool liga-se aos receptores de GABA o efeito inibitório aumenta e aparecem sintomas como lentidão, sedação, descoordenação motora e redução da habilidade cognitiva. O GABA não tem um efeito tão pronunciado.

Pessoas deficientes em GABA são propensas a problemas neurológicos de excesso de excitabilidade: convulsões, agitação, irritabilidade e ansiedade, questões comuns no transtorno do espectro do autismo (TEA). A suplementação de GABA vem sendo então recomendada há muito tempo como medida para alívio de quadros de ansiedade, depressão ou na tentativa de tratar sintomas no TEA. Porém, os resultados dos estudos são muitas vezes contraditórios e variam amplamente em seus métodos empregados.

Alguns deles mostram que o GABA suplementado não chega ao cérebro, pois não atravessa a barreira hematoencefálica. Outros pesquisadores discordam. Consequentemente, pesquisas futuras ainda precisarão estabelecer os efeitos da administração oral de GABA nos níveis de GABA no cérebro humano, usando outros métodos como, por exemplo, a ressonância magnética.

Drogas ansiolíticas, como os benzodiazepínicos, aumentam a concentração de GABA na fenda sináptica dos neurônios, diminuindo sintomas de agitação aguda, ansiedade e automutilação. Contudo, os benzodiazepínicos oferecem riscos variados com o uso maior que 4 a 6 semanas. Estes incluem dependência, tolerância (param de funcionar), síndrome de abstinência, dificuldade de concentração, fraqueza, náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreia, dores articulares e torácicas, incontinência urinária, desequilíbrio, pesadelos, taquicardia, alucinações, hostilidade e alteração do comportamento. A eficácia dos benzodiazepínicos também vem sendo frequentemente questionada (BVS, 2016).

Existem algumas evidências a favor de um efeito calmante dos suplementos alimentares de GABA mas a maior parte destas conclusões foi relatada por pesquisadores com um potencial conflito de interesse com a indústria farmacêutica. Hoje, acredita-se que o possível benefício de suplementos de GABA dê-se muito mais por ação no sistema nervoso intestinal (Boonstra et al., 2015).

Como alternativas à suplementação de GABA sugere-se a suplementação da vitamina B6 (piridoxina), essencial à produção de GABA no cérebro. Um dos desafios no autismo, entretanto, é que pode haver um baixo funcionamento dos receptores para GABA (Fatemi et al., 2014). Assim, mesmo que o GABA suplementado chegasse ao cérebro ou que o GABA fosse produzido naturalmente pelo corpo, haveria uma dificuldade de ligação do neurotransmissor ao seu sítio de ação. Neste caso, a vitamina B6 ainda seria interessante? Sim, uma vez que a piridoxina é também importante para a síntese de outros neurotransmissores como serotonina, dopamina e aminoácidos como glicina e d-serina.

Em virtude dos desafios fisiológicos e químicos observados no autismo uma outra alternativa é o aumento do ácido butírico no corpo. Esta estratégia parece ser bastante eficaz em substituição ao GABA, ao mesmo tempo em que possui um maior potencial de ação. O ácido butírico (ou butirato) tem o potencial de tratar múltiplas dimensões do autismo ao mesmo tempo, mas não apresenta as principais desvantagens do GABA. Apesar dos nomes serem parecidos: ácido butírico e ácido gama-aminobutírico (GABA), estes compostos diferentes quimicamente. Produzido no intestino pelas bactérias probióticas, a partir da fermentação das fibras, o ácido butírico é usado pelo corpo para alimentar a microbiota intestinal útil e sinalizar o sistema imunológico, reduzindo a inflamação.

Pesquisadores descobriram que os pacientes com TEA geralmente apresentam concentrações marcadamente mais baixas de ácido butírico em seus intestinos do que os encontrados em pacientes saudáveis. Isso pode ser um dos fatores a contribuir para a inflamação gastrointestinal consistente dos pacientes com TEA. Desta forma, a suplementação de bactérias probióticas e fibras é uma necessidade. A suplementação de fibras prebióticas também pode ser necessária para aumento da produção de butirato. Os efeitos principais esperados são redução da inflamação intestinal e a melhoria dos sintomas comportamentais. O raciocínio é que, ao inibir os glóbulos brancos do trato gastrointestinal (que estão causando inflamação excessiva), o eixo intestino-cérebro da pessoa com TEA será menos estimulado, aliviando agitação, comportamentos autolesivos e ansiedade.

Existem hoje também suplementos de butirato e a razão para o uso é bastante atraente: ao contrário do GABA, o ácido butírico pode cruzar com segurança a barreira hematoencefálica (Tsuji, 2005). Uma vez no cérebro, os efeitos do ácido butírico podem incluir melhoria da atenção, inibição dos tiques motores e melhor regulação emocional, pela redução da inflamação no tecido nervoso. Porém, atualmente os estudos divulgados com suplementos com ácido butírico foram feitos em camundongos, com ótimos resultados (Kim et al., 2014). Ensaios clínicos em humanos estão em andamento, e em breve os pesquisadores devem ser capazes de mostrar dados semelhantes.

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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