Dieta cetogênica e saúde da mulher

As taxas de obesidade entre mulheres continuam a aumentar em todo o mundo. A obesidade, especialmente a abdominal, aumenta o risco de diabetes, doenças cardiovasculares, Alzheimer, câncer de mama, diabetes gestacional.

Uma estratégia para correção do peso é a dieta cetogênica. Só não é recomendada durante a gravidez, podendo ser aplicada nas demais fases da vida. A dieta cetogênica caracteriza-se por um alto aporte de gordura, aporte moderado de proteína e baixo de carboidrato, promovendo a produção de corpos cetônicos.

O objetivo é gerar uma mudança metabólica do corpo, que aprende a utilizar os corpos cetônicos como fonte primária de combustível, ao invés de glicose. Este estado fisiológico denominado cetose nutricional é atingido quando a quantidade de corpos cetônicos no sangue atinge o valor de 0,5 mmol/L a 0,6 mmol/L). Outras formas de induzir a cetose são: jejum, utilização de triglicerídeos de cadeia média ou suplementação de butirato.

A personalização da dieta pode ser feita durante consulta online e leva em conta a presença de doenças crônicas, o uso de medicamentos, a condição fisiológica, os hábitos e a renda de cada paciente.

É importante observar que a terapia de nutrição cetogênica incentiva uma alimentação balanceada e natural, sem alimentos ultraprocessados para que resultados positivos sejam alcançados.

Uma recente revisão sistemática com meta-análise de dietas com baixo teor de carboidratos, incluindo cetogênica mostrou que estas estratégias contribuem para a redução do risco metabólico e cardiovascular em mulheres não grávidas. Contribuem para a redução do peso, índice de massa corporal (IMC) e percentual de gordura corporal, diminuição da pressão sanguínea, da glicemia da concentração de triglicerídeos e do estado inflamatório.

Um dos maiores benefícios da dieta cetogênica é a regulação da expressão de genes envolvidos na queima de gordura (Nakao et al., 2017). Com isso, a perda e manutenção do peso ficam mais fáceis. Mas é importante usar um aparelho para a monitoração dos corpos cetônicos é indicado. Níveis muito altos (acima de 2,0) estão associados à disfunções hormonais, com o passar do tempo.

A dieta cetogênica clássica não é recomendada na gravidez, mas adaptações com redução de carboidratos totais e de alto índice glicêmico são importantes nas mulheres que estão em risco de diabetes gestacional.

Para a Associação Americana de Diabetes (ADA, 2022), 175 g de carboidratos são recomendados para o gerenciamento do diabetes na gravidez, ou 35% das calorias com base em uma dieta de 2.000 calorias. Vegetais de folhas verdes (como espinafre, rúcula, couve, agrião), abacate são ricos em fólico e devem estar presentes em abundância na dieta para reduzir risco de mal formação fetal. A suplementação de 400mcg de folato também é recomendada.

DIETA CETOGÊNICA PASSO A PASSO (para leigos).

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Raizes da desregulação hormonal em mulheres

Muitas mulheres passam a vida com queixas de espinhas, problemas de pele, questões cognitivas, irritabilidade, sejam associadas ao período pré-menstrual, à questões de saúde como síndrome dos ovários policísticos, endometriose ou a aproximação da menopausa. Mas desconfortos intensos não são normais, tanto que não é uma questão para todas as mulheres, apesar de ser comum.

Causas da desregulação hormonal feminina

Entre principais gatilhos para os problemas hormonais estão:

  • Disfunção mitocondrial

  • Disbiose intestinal

  • Metabolização ineficiente de toxinas

  • Alterações na comunicação cérebro-glândulas

  • Consumo excessivo de alimentos ultraprocessados

  • Desnutrição

  • Falta ou excesso de atividade física

  • Estresse crônico

  • Falta de tempo para descansar ou sono de qualidade insuficiente

  • Uso de medicamentos

  • Envelhecimento e entrada na menopausa

Microbiota e equilíbrio hormonal

Antibióticos, anticoncepcionais, antidepressivos, estresse, alimentação pobre em fibras e fitoquímicos mexem com a microbiota, tanto a intestinal, quanto a vaginal. Sabemos que pelo menos oito espécies de bactérias são importantes para a proteção contra o ganho de peso excessivo. Bactérias boas produzem mais butirato, um ácido graxo de cadeia curta, fundamental para um ambiente menos inflamado.

Nossa flora intestinal pode afetar a maneira como metabolizamos a gordura, por exemplo, como o hormônio FIAF - fator adiposo induzido pelo jejum. Enquanto jejuamos, nosso corpo precisa parar de armazenar gordura e começar a queimar. O FIAF é um dos hormônios que sinalizam ao nosso corpo para fazer isso, o que pode ser útil para quem é obeso e pode ser uma das maneiras pela qual a flora intestinal gerencia nosso peso.

Algumas bactérias reprimem esse hormônio, aumentando assim o armazenamento de gordura. Por outro lado, quando alimentamos nossas bactérias com mais e variadas fibras, mais elas produzem butirato, capaz de regular positivamente o hormônio FIAF em todas as linhas celulares humanas testadas até agora.

Assim, um dos primeiros passos para regular os hormônios (não só o FIAF mas todos os outros) é comer bem e cuidar do intestino, que devem estar funcionando diariamente. O seu está?

Mulheres na perimenopausa e menopausa frequentemente optam pela reposição hormonal para que possam lidar melhor com sintomas como fogachos e irritabilidade. Neste caso, alguns cuidados são necessários:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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Ciclo de sementes funciona?

O ciclo de sementes é uma prática da medicina alternativa que ajuda a regular os hormônios reprodutivos. Muitos blogueiros falam sobre esta estratégia e minhas pacientes vivem perguntando sobre ela.

Quando comer linhaça, chia e outras sementes?

Variações hormonais no estrogênio e progesterona, assim como nos androgênios, podem influenciar o ciclo menstrual. Quando em desequilíbrio surgem sintomas como crescimento de pelos na face (hirsutismo) acne, alterações de peso, infertilidade e irregularidades menstruais. Existem várias propostas para regular o ciclo menstrual. Falei em post anterior sobre a dieta do ciclo menstrual. À esta dieta podem ser acrescentadas as sementes. Mas funciona? Gravei um vídeo par você entender:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/
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