Tratamento da obesidade na adolescência

A adolescência marca a transição entre a infância e o início da vida adulta. É um momento crucial para o desenvolvimento. Vai aproximadamente dos 11 aos 21 anos e acompanha-se por alterações físicas facilitadas por fatores genéticos, hormonais e ambientais.

O tamanho e a forma do corpo alteram-se significativamente. Mulheres ganham mais gordura corporal, a resistência à insulina é maior e para muitos, o excesso de peso torna-se uma realidade. O ganho excessivo de peso tende a mexer com a auto estima e muitos adolescentes adota dietas restritivas, sem orientação. Como o crescimento é acelerado e a fome é muita, gera-se um ciclo de fome-compulsão-fome-compulsão que pode perdurar por décadas.

Nesta entrevista conversei com a nutricionista Ozzy Santana. Ela desenvolveu obesidade cedo na vida e demorou muito tempo para fazer as pazes com a comida e com o corpo. Vale a pena escutar os ensinamentos:

O ideal é que a família inteira adote hábitos de vida saudáveis visando a prevenção da obesidade. Se o ganho de peso está excessivo há necessidade de acompanhamento especializado, com nutricionista e psicólogo. Visitas mensais a estes profissionais são muito importantes. A atividade física deve ser realizada na maior parte dos dias da semana, limitando o tempo de TV e vídeo games.

A base de todas as recomendações nutricionais inclui o consumo de cinco ou mais porções de vegetais e frutas diariamente, minimizando / eliminando bebidas adoçadas com açúcar. Deve-se limitar o número de refeições feitas fora de casa, limitando o tamanho das porções e permitindo que adolescentes para regular suas refeições sem restringir demais os hábitos alimentares. Outras opções de tratamento (como medicamento, jejum intermitente) podem ser consideradas, dependendo do caso e das co-morbidades associadas.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Meninas que consomem mais frutas na adolescência possuem um menor risco de câncer de mama na fase adulta

Dois estudos publicados este ano mostram a importância dos bons hábitos alimentares ao longo da vida. O primeiro artigo mostra que o consumo de frutas na adolescência está associado a um risco 25% menor de câncer de mama. Já o consumo de sucos não teve o mesmo efeito positivo na redução da incidência da doença. Um dos motivos é o menor teor de fibras nos sucos em relação às frutas. As fibras melhoram o funcionamento a intestinal, tratam a disbiose (desequilíbrio entre bactérias boas e ruins no trato digestório) e reduzem a inflamação do organismo.

O segundo artigo mostrou que o aumento no consumo de álcool aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de mama em aproximadamente 30%. Apesar do consumo de álcool em pequena quantidade poder ter algum efeito protetor cardíaco, mulheres com histórico familiar de câncer de mama devem ser cautelosas.

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Conheça mais sobre soja, tomate, berinjela, brócolis, mel, açafrão, chá verde, maçã, mirtilo, açaí, dentre tantos outros alimentos. Conversaremos também sobre nutrientes e não nutrientes que podem ser destacados nos rótulos dos alimentos por seu potencial benefício à saúde, incluindo ácidos graxos, carotenóides, fibras e probióticos.

Referências:

  1. Maryam S Farvid, Wendy Y Chen, Karin B Michels, Eunyoung Cho, Walter C Willett, A Heather Eliassen. Fruit and vegetable consumption in adolescence and early adulthood and risk of breast cancer: population based cohort studyBMJ, 2016; i2343 DOI: 10.1136/bmj.i2343
  2. Marie K Dam, Ulla A Hvidtfeldt, Anne Tjønneland, Kim Overvad, Morten Grønbæk, Janne S Tolstrup. Five year change in alcohol intake and risk of breast cancer and coronary heart disease among postmenopausal women: prospective cohort studyBMJ, 2016; i2314 DOI: 10.1136/bmj.i2314
Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/

Bebês de mulheres que fizeram cirurgia bariátrica na adolescência estão em maior risco de nascer com defeitos no tubo neural

Cientistas estão cada vez mais preocupados com um efeito adverso  da cirurgia bariátrica na adolescência. De acordo com as pesquisas a cirurgia resulta em má absorção tão severa de nutrientes, como o folato, que quando as garotas engravidam, em qualquer momento da vida, o risco de defeitos no tubo neural

dos bebês é enorme. A espinha bífida (quando a espinha fetal não se fecha completamente no primeiro mês de gravidez) e a anencefalia (quando grande parte do cérebro não se desenvolve) são os problemas mais comuns. 

Nos EUA já foram relatados 7 casos de defeitos do tubo neural nos bebês de mulheres que fizeram a cirurgia na adolescência. Desconheço os dados de acompanhamento destas pacientes no Brasil.

Enfim, a indicação cirúrgica deve ser sempre muito bem avaliada. Além disso, caso a cirurgia seja opção é muito importante que o paciente se comprometa com o tratamento nutricional e com a suplementação que deverá ser seguida por toda a vida. 

Estudo: Katrine M. Lofberg, Diana L. Farmer, Elizabeth A. Gress, Robert H. Lustig, and Melvin B. Heyman. "Neural Tube Defects: An Unforseen Consequence of Gastric Bypass Surgery in Young Female Patients?". American Academy of Pediatrics, National Conference and Exhibition, Sunday, 3 October 2010, Abstract No 11611.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/