Práticas integrativas no tratamento da dor

A dor é como um sino que toca sempre que algo vai errado no corpo. A dor aciona reflexos para que possamos escapar de determinados perigos. Por exemplo, a dor de pisar em um prego, impede que você pise ainda mais fundo. Ou seja, a dor é boa. O problema é quando o sino não para de tocar, quando a dor não pára nunca.

A dor crônica persiste por mais de 6 meses e o sinal contínuo no sistema nervoso torna-se angustiante. Dor, depressão e ansiedade viajam por caminhos semelhantes pelo cérebro. É por isso que quando o bem-estar emocional melhora a dor é reduzida.

Desta forma, além de medicação e dieta antiinflamatória, o tratamento de muitas doenças crônicas, como fibromialgia e síndrome do intestino irritável é muito mais favorável quando o tratamento comportamental e psicológico é associado. O tratamento psicológico ajuda a reduzir pensamentos e crenças negativas sobre a dor. Isto é importante pois uma disposição mental ruim tende a piorar o funcionamento social e emocional. Ou seja, passar o dia todo pensando “estou com dor, estou com dor, estou com dor" não ajuda.

Doenças também geram preocupação, medos, ansiedade e mais dor. Por isso, é muito importante o envolvimento em atividade física, passeios e meditação. Aceitar a dor é difícil mas altamente eficaz para o aumento do bem-estar mental.

Outras técnicas como, uso de óleos essenciais, terapia ayurvédica, hipnose, yoga e biofeedback também podem ser tentadas. A hipnose pode audá-lo a modificar seus pensamentos, sentimentos e comportamentos por meio de sugestões subconscientes que visam alterar sua experiência de dor. O biofeedback é uma técnica em que as funções do corpo, como frequência cardíaca, tensão muscular e temperatura da pele, são monitoradas para torná-lo consciente de suas respostas involuntárias ao estresse. Durante as sessões de biofeedback você aprende uma variedade de maneiras de controlar suas reações físicas ao estresse e ansiedade.

Estudos mostram que vale a pena testar uma variedade de técnicas, pois quanto mais testar maior será a probabilidade de encontrar algo que funcione para você.

YOGA E DOR CRÔNICA

Estudos de imagens cerebrais mostraram que a dor crônica leva a alterações no volume cerebral e reduz a quantidade de conexões entre os neurônios. Já a prática de yoga tem o efeito oposto no cérebro. Práticas mente-corpo reduzem a percepção de dor e compensam os efeitos da diminuição do volume de massa cinzenta relacionada à idade, ao mesmo tempo em que ajudam a manter a integridade da substância branca cerebral.

A redução da massa cinzenta pode levar a problemas de memória, problemas emocionais e diminuição do funcionamento cognitivo. A manutenção da massa branca reduz emoções negativas. Com a prática de yoga há estímulo da neurogênese (novos neurônios) e neuroplasticidade (novas conexões entre neurônios). Mas não há mágica: este efeito depende da consistência na prática (Villemure et al., 2014).

À medida que envelhecemos, perdemos a massa cinzenta, mas esta diminuição não é facilmente percebida nos praticantes de yoga. Por isso, independentemente de sua idade, comece a praticar, em casa, na academia ou em algum estúdio. Medicamentos para dor, como os opiáceos são extremamente viciantes. Use os superpoderes das práticas integrativas, como meditação e yoga, tanto para o alívio da dor, quanto para o envelhecimento saudável e com vitalidade.

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/