O início da demência e como reduzir a velocidade de progressão

Transtornos neurocognitivos (anteriormente descritos como demências) são uma categoria para doenças cerebrais que levam a diminuição da capacidade de raciocínio e memória, a tal ponto que interfere com a função normal da pessoa. Não saber onde colocou as chaves em geral é sinal de desatenção.

Porém, com o envelhecimento este esquecimento pode tornar-se comum pela deterioração de áreas do cérebro. Geralmente, as características iniciais dos transtornos neurocognitivos (TNC) passam despercebidas. Porém, cada vez mais profissionais de saúde tentam descobrir métodos para o diagnóstico precoce, visto que os compromentimentos cognitivos podem se agravar se nada for feito. A tabela mostra os sinais das três fases da TNC: inicial (ou pré-demência ou prodrômica), moderada e avançada.

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A fase inicial pode durar entre 6 e 15 anos e é uma fase crítica para cuidar do cérebro. O desafio para esta fase da doença é conseguir retardar seu avanço. Existem várias formas de fazer isso como manter a pressão arterial sob controle (com atividade física e manutenção do peso saudável), mantendo ótimos os níveis de colesterol (aumentando o consumo de frutas e verduras e reduzindo gordura saturada), cuidando da tireóide (com selênio e zinco), parando de fumar e aprendendo sempre (fazendo cursos, lendo, expondo-se a novas experiências).

Dieta balanceada é uma das chaves para um cérebro saudável

Pesquisas mostram que a boa adesão a uma dieta baseada em frutas, verduras, castanhas, peixes ricos em ômega-3, cereais integrais (como aveia) e azeite (como a dieta mediterrânea) associa-se a melhores escores cognitivos em adultos (Loughrey et al., 2017; Brouwer-Brolsma et al., 2018; Panza et al., 2018). A suplementação também pode ajudar, fornecendo nutrientes antioxidantes e neuroprotetores.

Pesquisa recente estudou o impacto de uma bebida a base de leite acrescida com vitaminas (colina, vitamina E, vitamina C, vitamina B12, vitamina B6, ácido fólico), ômega-3, selênio, fosfolipídios e uridina monofosfato na progressão do Alzheimer. Ao final de 2 anos não foram mostradas diferenças nos testes neuropsicológicos entre os grupos que receberam e os grupos que não receberam a bebida. Porém, o declínio cognitivo foi mais lento do que o normalmente visto em pacientes com Alzheimer. A bebida está a venda na Europa e custa 136,99 euros (cerca de R$ 600,00) por mês. Contudo, a mesma suplementação pode ser prescrita por nutricionista e manipulada em farmácia especializada a um custo muito menor (Soininen et al., 2017).

Aprenda mais sobre o Alzheimer:

Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/