Pré-candidatos: onde estão as propostas para a área de saúde?

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Os últimos anos foram de muita tensão no cenário político brasileiro. Vimos brigas, revoltas, prisões, mágoas. No próximo semestre teremos novamente eleições e a confusão continua. Os partidos discutem quantos minutos terão na TV, ao invés de discutirem planos de governo, de futuro para o país. Reclamam de injustiças, temem investigações, escondem fatos. Dizem-se diferentes mas onde estão as propostas para um futuro melhor?

Na saúde, por exemplo, são muitos os desafios. O baixo investimento no sistema público de saúde, associado a problemas de gerenciamento a qualidade dos serviços vai de mau a pior. E nos serviços particulares a situação não está tão diferente. Consultas caras, rápidas, profissionais relapsos. Gostaríamos que todos os profissionais de saúde tivessem como único interesse a saúde da população e que aconselhassem apenas com base na experiência e nas evidências científicas de alta qualidade. Mas não é isso que acontece.

Quantas vezes já foi ao médico e em sua frente passou o representante do laboratório? Estudos mostram que a indústria farmacêutica visita médicos aproximadamente 16 dias por mês e investe em ações de marketing cerca de  15.000 dólares anuais por profissional (Campbell et al., 2007; Madhavan et al., 1997Wasana, 2000). O que os médicos pensam disso? Não acham nada de mais, reclamam inclusive que os presentes vem ficado mais modestos. Negam que haja conflitos de interesses em aceitarem jantares, passagens aéreas, inscrições para congressos e até reformas de consultórios. Ao mesmo tempo não querem que os clientes saibam que recebem agradinhos da indústria.

Mas nos Estados Unidos isso vai mudar pois proposta do senador Chuck Glassley foi aceita e a agora a indústria é obrigada a declarar o que vai para cada profissional (CMS, 2018). Será que os profissionais continuarão a ser respeitados por seus pacientes? Será que a informação modificará o comportamento de usuários e profissionais de saúde? Será que vão receitar mais caminhadas e alimentação saudável ao invés de remédios desnecessários? E que tal um senador brasileiro propor algo similar para a proteção da população no Brasil? Onde estão os planos de governo???

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Dra. Andreia Torres é Nutricionista, especialista em nutrição clínica, esportiva e funcional, com mestrado em nutrição humana, doutorado em psicologia clínica e cultura/ensino na saúde, pós-doutorado em saúde coletiva. Também possui formações no Brasil e nos Estados Unidos em práticas integrativas em saúde. Para contratar envie uma mensagem: http://andreiatorres.com/consultoria/